Quer evitar perder dinheiro? Conheça as 10 propostas de que deve fugir
1. Poupanças para crianças
Evite apostar em poupanças que são dirigidas a crianças – normalmente, depósitos ou seguros de capitalização – já que, na maior parte dos casos, elas oferecem rentabilidades em ponto pequeno. Certas características úteis, como contas à ordem sem custos, depósitos que permitem reforços a partir de valores muito baixos e a possibilidade de ganhar brindes, como bilhetes para o Jardim Zoológico, não chegam para compensar as taxas de juro pouco atrativas e, nalguns casos, as comissões elevadas.
E a DECO dá como exemplo, o seguro de capitalização NB Capitalização Júnior (Novo Banco), que oferece mealheiros, “mas o rendimento é apenas mediano”. Além disso, “mais de metade do rendimento garantido no primeiro ano esvai-se em comissões e, entre 2010 e 2014, este produto rendeu anualmente 2,5%”, salienta.
Por isso mesmo, para rentabilizar o seu investimento opte, por exemplo, por fundos de ações e obrigações. Apresentam um grau de risco considerável, mas como a poupança é aplicada a longo prazo, os eventuais altos e baixos dos mercados são diluídos. No entanto, pode investir apenas uma parte da poupança, minimizando a perda, se acontecer. Se não houver contrariedades, o rendimento poderá ser bastante superior ao das aplicações com capital garantido.
2. Crédito com fidelização
Há determinados cartões de crédito que têm associados programas de fidelização. O objetivo é simples: incentivar a sua utilização. “Entre outros benefícios, concedem milhas convertíveis em viagens de avião, descontos em combustíveis, acumulação de pontos para serem trocados por diversos artigos e descontos em empresas parceiras. Estes cartões têm, geralmente, uma anuidade que tem de ser paga quer o consumidor os use ou não”, revela a associação.
No entanto, de acordo com a mesma, dependendo da utilização que fizer, o benefício pode não compensar o custo. Por exemplo, se acumular pontos que lhe permitam obter um desconto de 20 euros numa compra, mas tiver pago uma anuidade de 50 euros, fica com um défice de 30 euros.
Mas os alertas não ficam por aqui: “Caso não pague a totalidade do extrato do cartão no final do mês, contrariamente àquilo que aconselhamos, ainda tem de somar os juros pela utilização do crédito, mais elevados do que noutras formas de financiamento.”
A entidade diz, no entanto, que “se encontrar um cartão de crédito com um programa de fidelização que lhe interesse e que não implique o pagamento de anuidade, pode aproveitar os benefícios”.
3. Depósitos com juros baixos
Está a pensar em investir em depósitos a prazo? Conte com juros quase nulos em troca de um investimento em aplicações simples e seguras, fruto da redução das taxas de juro de referência. De acordo com a ronda feita pela DECO, um depósito a prazo de 5 mil euros rende, em média, 0,3% líquidos. Feitas as contas, dá três euros por cada mil depositados, ou seja, apenas 15 euros ao fim de um ano. “Mas não é raro encontrar taxas de 0%, sobretudo nos depósitos de prazo inferior a um ano. O dinheiro fica praticamente parado”, salienta a associação.
No entanto, de acordo com a mesma, se “quer realmente retirar algum rendimento das suas poupanças, compare a oferta dos bancos”. É possível encontrar alguns depósitos promocionais que pagam 1,44% líquidos (até 72 euros por ano num depósito de 5 mil euros).
Em alternativa, há os certificados do Tesouro, mais atrativos a partir dos dois anos, mas que podem ser resgatados ao fim de 12 meses. Estes rendem mais do que a média dos depósitos, não têm custos, não tem de abrir conta bancária e, depois da primeira subscrição, não precisa mais de se deslocar aos correios, pois pode fazer o pedido pela internet e investir através de homebanking ou da caixa multibanco.
4. Transferências ao balcão
Uma transferência interbancária (entre bancos diferentes) custa, em média, cerca de seis euros se for efetuada ao balcão. Para contornar estes custos, em vez de entrar no banco, opte por fazer essa transferência na caixa multibanco, já que aqui a operação é sempre gratuita.
Mas há bancos que não cobram nada por este serviço quando é realizado através da internet e há quem exija certos requisitos que determinam também a isenção aos clientes que os cumprem. “Para os consumidores abrangidos, esta é também uma opção mais favorável, além de poderem realizar a operação sem sair de casa”, alerta a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor.
No entanto, mesmo nas instituições que cobram pelas transferências interbancárias online, o custo médio é de 95 cêntimos, o que ainda compensa largamente em relação ao balcão. “A nossa análise concentra-se nestas transferências porque, regra geral, as intrabancárias (entre contas do mesmo banco) são gratuitas. Mas se o seu banco cobrar pelas operações para outras contas internas, os conselhos são os mesmos”, conclui a DECO.
5. Créditos com amortização "atrasada"
Há duas modalidades de créditos em que uma parte ou a totalidade do pagamento é adiada: com carência de capital ou de capital e de juros e com diferimento de capital.
Mas nem tudo são vantagens. Apesar de permitirem alguma folga orçamental, estes produtos tornam o empréstimo mais caro. Como funciona? No crédito com carência, o consumidor adia, durante um determinado período – geralmente no início do contrato –, o pagamento de capital ou de capital e juros. Terminado o prazo, a prestação passa a conter os dois elementos. No caso da carência de capital, a mais comum, durante aquele tempo são pagos apenas juros, após o que o montante em dívida permanece o mesmo que anteriormente.
“A carência de capital e de juros isenta o consumidor de qualquer pagamento naquele período, mas os mesmos terão de ser pagos mais tarde. Como há acumulação de juros sobre juros, o valor da dívida aumenta em relação ao existente antes da carência. No crédito com diferimento, uma parte do capital contratado é paga apenas no final do prazo”, chama a atenção a DECO.
E dá exemplos: pede um crédito de 100 mil euros, mas durante 20 anos amortiza o correspondente a 70 mil (30%). Entretanto, os juros são calculados sobre todo o capital em dívida em cada momento. No total, pagará muito mais juros e, no final do prazo, terá de amortizar a parcela em falta de uma só vez (30 mil euros) ou, em alternativa, contratar um novo crédito.
6. Seguros de proteção ao crédito
A ideia de ter um seguro de proteção ao crédito que garante o pagamento das prestações em caso de desemprego involuntário (despedimento ou encerramento da empresa), salários em atraso e redução de rendimentos devido a doença pode parecer tentadora. Mas, regra geral, as seguradoras impõem uma série de restrições e de exigências que tornam difícil beneficiar do prémio pago: períodos de franquia para a ativação do seguro, exclusões “para todos os gostos”, coberturas com limites reduzidos.
“Na prática, este produto acaba por representar apenas um custo acrescido e, por isso, é de evitar”, garante a associação, e lembra que, “ao excluir as doenças mentais, por exemplo, cujo tratamento implica períodos de ausência do trabalho prolongados, o seguro de nada serve para quem venha a padecer destes problemas.”
Por isso mesmo, se tiver um seguro deste tipo, leia com atenção as respetivas condições, para saber em que circunstâncias pode utilizá-lo. “Caso pense em desistir, confirme junto da entidade que tal não irá ter implicações no financiamento – pode aumentar a taxa de juro, por exemplo. Isto, claro, se souber que o contratou, o que nem sempre acontece, por deficiente informação do banco”, salienta.
7. Propostas de dinheiro fácil na internet
Desconfie quando encontrar um anúncio na internet a “oferecer” a possibilidade de ganhar muito dinheiro facilmente e em pouco tempo. “Se costuma navegar na rede, provavelmente já se deparou com o testemunho de alguém que descobriu a ‘árvore das patacas’ e está disposto a partilhar o segredo da fortuna consigo. Generosidade a mais, não lhe parece? Se concorda, ignore esses apelos ‘altruístas’”, alerta a entidade.
Telexfree, GetEasy e LibertàGià são alguns dos esquemas em pirâmide que ganharam a confiança dos investidores com sites de aspeto profissional, eventos em espaços arrendados e vídeos no YouTube. Conclusão: as vítimas perderam tudo o que investiram.
Desta forma, caso fique com dúvidas em relação a possíveis investimentos, consulte os portais do Banco de Portugal ou da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários para verificar se há alertas em relação a uma determinada situação.
8. Mercado de divisas
O mercado de divisas, ou Foreign Exchange (Forex), permite apostar, por exemplo, na valorização do dólar norte-americano face ao iene ou do euro face à libra esterlina. No entanto, apesar de a negociação neste mercado ser simples, os fatores que influenciam a variação das moedas são complexos e difíceis de prever.
Mas os cuidados não ficam por aqui. “Trata-se de um terreno fértil para práticas desonestas que deixam o investidor vulnerável”, garante a DECO.
A associação chama ainda a atenção para uma característica deste produto, a alavancagem que, no seu entender, se trata de “uma faca de dois gumes”. Ou seja, o Forex pressupõe que o investimento seja multiplicado. Por exemplo, o investidor põe 500 euros na conta, mas o corretor permite--lhe investir como se tivesse disponibilizado 5 mil.
Mas vamos a números. Suponde que investe no par euro/dólar norte-americano e que a moeda europeia valoriza 10% face à americana. Neste caso ganha 500 euros (5000 × 10%), o que, juntando aos seus 500 euros iniciais, o faz ficar com o dobro do que tinha. Imagine agora que é a divisa europeia a desvalorizar 10 por cento. Neste caso, perde tudo o que tinha: 500 euros.
9. Produtos estruturados
Investir em produtos financeiros complexos sem garantia de capital e cujo rendimento depende da evolução de um ativo financeiro poderá não ser a melhor solução. Regra geral, isso consiste num conjunto de ações, embora possam ser, por exemplo, matérias-primas (petróleo, café) ou metais preciosos (ouro).
A rentabilidade é determinada por fórmulas de cálculo que, nalguns casos, são bastante complexas e têm muita influência no resultado final. Daí que a maioria dos investidores não consegue avaliar o interesse desses produtos.
10. Cheques
No caso de o beneficiário precisar de ter o dinheiro disponível imediatamente ou se for outra pessoa a levantar terá obrigatoriamente de usar cheques não cruzados e/ou à ordem. No entanto, se for possível escolher, opte por cheques cruzados e/ou não à ordem. Estes são mais seguros e mais baratos.
Se for obrigado a depositar numa conta é sempre possível saber quem movimentou o dinheiro de um cheque cruzado, e garantem que mais ninguém, a não ser o beneficiário, deitará a mão aos valores.
Estes tipos de cheque são também mais baratos do que os não cruzados e/ou à ordem. Pode ainda poupar dinheiro requisitando, quando possível, os cheques pela internet ou, nalguns casos, através da caixa automática do banco. Informe-se sobre a opção mais económica: levantar ao balcão ou receber pelo correio. Por vezes, ter a data de validade pode igualmente aumentar ou reduzir o custo.
De acordo com as contas da DECO, em média, um cheque não cruzado, à ordem e requisitado ao balcão custa 1,98 euros (um banco cobra 3,05 euros por uma unidade). Já o cheque cruzado, não à ordem e pedido através da net tem, em média, um custo de 82 cêntimos. São 1,16 euros de diferença e, se utilizar 20 cheques num ano, poupa mais de 23 euros.
fonte:http://www.ionline.pt/495491