Soluções de reforma para quatro perfis de investidor
O segredo de um complemento reforma gordo está na antecedência da sua preparação. Veja como pode garantir o seu.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) estima que os futuros reformados venham a ter uma pensão de apenas 68% do último salário. Contudo, os portugueses parecem não estar preocupados com isto, dado que, de acordo com os resultados do "Inquérito à Literacia financeira da População Portuguesa", realizado pelo Banco de Portugal em 2010, apenas um quinto dos 2.000 entrevistados revelaram que poupam numa perspectiva de médio ou longo prazo. Se este é o seu caso, comece já hoje a preparar a sua reforma para que a reforma não seja um problema.
O Diário Económico desenhou quatro estratégias-modelo com base na idade dos investidores e sugere alguns produtos, para que quando os "anos dourados" chegarem possa gozá-los como bem merece. As alocações apresentadas servem apenas como exemplo, devendo ser moldadas consoante o perfil de risco do investidor.
Hora de arriscar - Jovens até aos 35 anos
Os jovens têm do seu lado o maior aliado dos investidores: o tempo. Quanto maior o horizonte temporal de um investimento mais ambiciosas poderão ser as metas definidas porque, à medida que o tempo vai passando, o risco dos activos que compõem a carteira acaba por ser diluído e as menos-valias que possam ocorrer momentaneamente acabam igualmente por ser corrigidas. E por isso, o portefólio de um jovem deve ser rico em acções. Contudo, é preciso ter em atenção ao peso das comissões nas ordens de compra e venda de forma a que os custos de negociação não "comam" grande parte dos potenciais ganhos. Nesse sentido, é recomendável que as ordens nunca sejam inferiores a 2.500 euros por operação.
Portefólio de toda a família - Casais entre os 35 e os 45 anos
Numa fase da vida em que as despesas fixas consomem grande parte do rendimento disponível da família, é importante que a base da carteira seja a criação de um fundo de maneio nunca inferior a seis vezes o valor das despesas fixas do agregado familiar, que poderá ficar a render em certificados de aforro ou depósitos a prazo de curto prazo. As acções são também um ponto de referência neste portefólio, que continuarão a ser o activo que mais alavancará os ganhos. Um fundo de acções internacionais como o BPI Reestruturações ou o BNY Mellon Global Inteprid podem fazer esse papel. Para oferecer alguma estabilidade à carteira os investidores podem recorrer aos fundos de obrigações como o DB Platinum IV Sovereign Plus.
Reforma tranquila - Adultos entre os 45 e 65 anos
Numa estratégia de investimento um plano de reforços periódicos desempenha um papel fulcral, pois permite amenizar perdas mas, sobretudo, gerar disciplina de poupança. É isso que se pretende nesta fase da vida em que "os anos dourados" já se vêem ao longe. Nesta carteira, os certificados do Tesouro podem ter um papel de destaque. De acordo com dados do IGCP, estes títulos de dívida do Estado estão a remunerar os investidores a uma taxa líquida anual, média, de 4,29% a 10 anos ou 4,19% a cinco anos, para quem os subscrever até ao final do mês. Trata-se de uma aposta segura e rentável para quem chegará aos 65 anos de idade na próxima década.
Gozar a vida sem preocupações - Seniores com mais de 65 anos
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, os portugueses que cheguem à idade legal de reforma (65 anos), podem contar viver mais 18 anos, isto é, até aos 83 anos de idade. Isto significa que, mesmo nesta fase da vida, a gestão financeira não pode ser descurada. Por isso, está fora de questão resgatar todas as poupanças e viver somente dos rendimentos gerados no passado. A solução passa por moldar a alocação do portefólio para conter uma forte exposição a títulos de baixo risco, como são os certificados de aforro, os certificados do Tesouro e títulos de dívida de curto prazo. As acções deverão continuar a marcar presença no portefólio, com o intuito de gerar um "rendimento extra", mas sem que isso prejudique o bem-estar durante os "anos dourados".
fonte:http://economico.sapo.pt/