5 perguntas a fazer na hora de investir
Se tem poupado a sua vida e o seu dinheiro e está à procura do melhor abrigo para as suas poupanças, convém não esquecer algumas perguntas a fazer na hora de tomar a decisão de investir. Seja por conselho do seu gestor de conta, por uma dica de um amigo ou por instinto próprio, a escolha de um produto mais amigo das suas finanças deve ter por base algumas questões que permitam perceber se um fundo de investimento, um plano poupança-reforma, ou mesmo aquelas acções que tem debaixo de olho são realmente produtos que cumprem as suas exigências de qualidade.
1. O produto ajusta-se ao meu perfil de risco?
Se está a pensar investir o seu dinheiro, a primeira coisa que deve fazer é traçar o seu perfil de risco, isto é definir à partida que risco aceitaria nos produtos financeiros que vai subscrever. Imagine que não percebe como funcionam o mercado de acções ou o mercado de obrigações e que fica nervoso só de lhe dizerem que todos os dias o seu dinheiro varia consoante o sabor dos mercados. Neste caso, títulos com risco alto e muito alto como os fundos de acções ou as acções em si mesmas, não são a melhor companhia para o seu trajecto de investimento.
Além disso, o prazo que tem em mente para a sua aplicação financeira pode também jogar um papel central. Se procura investir no longo prazo, a mais de dez anos, então os produtos mais arriscados têm mostrado melhores retornos. Já se a sua ideia é não mexer no dinheiro com um objectivo para daqui a dois ou três anos, o melhor será aforrar em produtos menos voláteis como fundos de tesouraria ou de obrigações, que não apresentam subidas e descidas tão constantes.
Veja o vídeo do Saldo Positivo para saber como pode chegar ao seu perfil de risco.
2. Qual a história do produto financeiro?
O telefone toca e é o seu gestor de conta. Diz-lhe que está a comercializar um fundo de investimento que no último ano rendeu mais de 30 por cento. A primeira coisa que pode fazer é verificar a história do fundo. Como? Os bancos e as sociedades gestoras mantêm informação sobre as rendibilidades históricas a vários prazos. Encontrará também toda a informação relativa aos fundos na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Prospectos (com informação sobre o produto), valor da unidade de participação, composição da carteira do fundo, está tudo na página do supervisor dos mercados financeiros. Se a sociedade gestora fizer parte da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP), então terá informação actualizada sobre retorno e risco dos produtos que estão no mercado.
Conhecer o passado do investimento que tem em vista e perceber se houve alterações na equipa de gestão que tenham influenciado os resultados podem ser comportamentos úteis para saber mais sobre o instrumento financeiro que terá a responsabilidade de tomar conta do aforro para os seus objectivos. Além disso tenha cuidado com rendibilidades muito generosas num determinado ano. Não faltam casos que invertem o lema “depois da tempestade vem a bonança”, com produtos a perderem valor depois de terem gerado grandes ganhos.
Se está mais virado para acções, conhecer a história da empresa e estar por dentro do negócio no qual pretende investir são aspectos determinantes. A par disto, não cavalgar em euforias em torno de acções pode ser uma boa forma de evitar tristezas. Uma das máximas do investidor mais famoso do mundo Warren Buffett, ilustra este ponto: “na procura de companhias para adquirir adoptámos a mesma atitude que podemos tomar como apropriada para escolher uma esposa: compensa ser activo, interessado e mente aberta, mas não compensa estar com pressa.”
3. Quais os custos que me cobram por investir?
Seja em fundos de investimento, em produtos focados na reforma (PPR) ou em produtos de aforro estruturado e seguros de capitalização, a sua escolha pode estar sujeita a custos associados ao investimento. Comissões de subscrição, no momento de investir, comissões de gestão anuais e comissões quando abandona o produto (resgate) são frequentes.
Comparar o custos com os da restante concorrência e cortar ao máximo estas interferências na sua rendibilidade são boas práticas de um investidor esclarecido.
No caso de investimento directo na bolsa, tenha em conta os custos de corretagem e de guarda de títulos que os diferentes intermediários financeiros praticam. Normalmente, negociar online sai mais em conta.
4. O produto é melhor ou pior que a concorrência?
Normalmente, os produtos de investimento pertencem a uma categoria ou classe de activos que engloba uma larga concorrência. Por exemplo, uma acção portuguesa de uma operadora de telecomunicações está num sector que apresenta muitas outras acções de telecomunicações nas diferentes bolsas acessíveis em Portugal. Comparar rácios financeiros e analisar os relatórios das companhias pode contribuir para uma decisão mais informada sobre os títulos a comprar.
No caso dos fundos de investimento, seguros de capitalização e outro aforro estruturado, a comparação de custos, de retornos históricos e das carteiras de activos que detêm pode ajudar a um melhor esclarecimento na hora de investir e a perceber se andam acima ou abaixo da média dos produtos concorrentes.
5. Quanto ganho sem impostos e sem inflação?
4 por cento por ano parece-lhe bem para a rendibilidade de um investimento? Sem dúvida que pode ser atractivo, mas, por exemplo, os fundos de investimento estrangeiros sofrem ainda um corte de 21,5 por cento em sede de IRS (o que não acontece aos domiciliados em Portugal). Além disso, se a taxa de inflação rondar os 3 por cento por ano durante o período de investimento, restam-lhe poucos motivos para celebrar uma subida do poder de compra. Coloque sempre estes dois factores na fotografia da sua aplicação: impostos e inflação.
fonte:http://www.saldopositivo.cgd.pt/