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Poupanças e Investimentos Seguros

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01
Ago11

Fundos de investimento à prova do medo

adm

Conheça as categorias de fundos que melhor se comportaram face ao turbilhão da dívida soberana.

O medo paralisa. E nos últimos três anos, desde a falência da Lehman Brothers, o medo tolheu muitos investidores. Muitos deles refugiaram-se em produtos conservadores. Mas com a crise da dívida soberana a alastrar-se pela Europa periférica, nem mesmo os produtos mais conservadores - como é o caso dos Certificados de Aforro e do Tesouro- escaparam aos receios dos investidores. Ainda assim, e apesar da conjuntura actual adversa, é possível encontrar produtos financeiros que estão a resistir ao medo generalizado e conseguem gerar ganhos. É o caso, por exemplo, das aplicações financeiras que apostam no ouro, das acções de países que passam incólumes à crise da dívida soberana e também o segmento das obrigações percepcionadas como mais arriscadas, as obrigações ‘high yield'.

Segundo dados disponibilizados pela Morningstar, com dados relativos a 30 de Junho, das cerca de 200 categorias de fundos de investimento que estão disponíveis para investir em Portugal, 137 conseguiram obter retornos positivos nos últimos 12 meses. O grande problema para o investidor é escolher o melhor fundo adequado ao seu perfil. É que no mercado existem 5.001 fundos de investimento e sub-fundos disponíveis. Os números compilados pela Morningstar mostram que há fundos de investimento que registam ganhos de 51% em 12 meses, enquanto outros perdem mais de 24% no mesmo período. A grande variedade de produtos que estão disponíveis torna mais difícil encontrar o ideal. Mas não é uma tarefa impossível. O Diário Económico consultou as opiniões dos especialistas do ActivoBank e do Banco Best para tentar encontrar fundos que se mostram resilientes ao medo desta crise, ou que historicamente, tenham provado não serem negativamente afectados pela turbulência.

Um dos activos que é certamente um vencedor é o ouro. Este metal precioso tem vindo a registar sucessivos máximos históricos. Ainda esta semana, o ouro atingiu um novo recorde, acima dos 1600 dólares. Nos últimos 12 meses, o preço da onça do metal dourado disparou 38%. Rui Pacheco, especialista do banco Best, explica o fenómeno: " O ouro é um activo de refúgio, como tal, é procurado em conjunturas de maior incerteza e de aversão ao risco. Como reflexo, o ouro transacciona a máximos de sempre, também como consequência dos receios sobre a dívida pública norte-americana que é considerada, em teoria, o activo sem risco". Em sequência desta valorização, não é de espantar que os fundos de investimento que apostam em acções de empresas ligadas à indústria do ouro estejam a apresentar ganhos consideráveis. Segundo os dados da Morningstar, nos últimos 12 meses os fundos desta categoria geraram ganhos médios de 19%. Apesar destes ganhos apreciáveis, tanto Rui Pacheco do Best como Gonçalo Gomes do ActivoBank consideram que os fundos de acções sobre empresas de ouro não são a forma mais eficaz de tirar partido da valorização desta matéria-prima, uma vez que estão sujeitos a riscos relacionados coma evolução do mercado accionista. Gonçalo Gomes recomenda antes a exposição ao ouro através de um ETF, enquanto o especialista do Best sugere o investimento através de certificados.

Mas não é apenas o ouro que se dá bem em tempos de incerteza. Sempre que o pânico toma conta dos mercados, levando os investidores a reacções extremas, os níveis de volatilidade disparam. E há instrumentos financeiros que beneficiam deste "sobe e desce" abrupto das bolsas. "É frequente que os períodos de quebras mais acentuadas nos mercados sejam acompanhados por um aumento da volatilidade. Os instrumentos que permitem a qualquer investidor beneficiar com o aumento da volatilidade, através do mercado de futuros, são relativamente recentes", explica Gonçalo Gomes, do ActivoBank. Uma das formas mais defensivas que os investidores têm para tirar partido do aumento da volatilidade será através dos fundos de investimento vocacionados para esta finalidade.

Há ainda que ter em conta que nem todos os países estão a ser afectados pela crise soberana. E há mercados bolsistas que estão a conseguir fintar as quedas. Isso é visível mesmo dentro da Europa. A bolsa alemã, por exemplo, é uma das praças dos mercados desenvolvidos que mais valoriza em 2011. Recorde-se que no ano passado, o país liderado por Angela Merkel registou o maior crescimento do PIB dos últimos 20 anos e este ano prepara-se para seguir a mesma tendência. O FMI estima que o PIB alemão cresça este ano 3,2%. Mas a chanceler alemã veio dizer na semana passada que a "locomotiva" da Europa irá crescer em 2011 tanto como no ano passado. Ou seja, 3,6%. Os números mostram que os problemas que afectam a Europa não atingem todos por igual. Os fundos de investimento que apostam em empresas alemãs de grande capitalização avançam cerca 18% nos últimos 12 meses. Mas o caso da Alemanha não é único. São vários os países que conseguem escapar às quedas. Curiosamente, os mercados emergentes não fazem parte da lista de preferência dos especialistas da área de gestão de activos. "Nos últimos, meses as acções emergentes globais têm registado performances inferiores às dos mercados desenvolvidos, sublinhando a ideia de que em momentos de aversão ao risco estes activos são menos apelativos para os investidores", afirma Rui Pacheco do Best. O especialista realça ainda outro ponto menos positivo para estes mercados: "No contexto actual, as principais economias emergentes têm aplicado medidas de combate à subida da inflação, que tendem a ser negativas para os mercados accionistas". Gonçalo Gomes do ActivoBank também corrobora esta visão: "Já em 2011, a correcção de cerca de 13% em euros registada nas acções emergentes entre 12 de Janeiro e 20 de Junho com fortes volumes de resgates de fundos, recordou que as acções emergentes continuam a ser vulneráveis a alterações súbitas de sentimento por parte dos investidores - que este ano se assustaram com a instabilidade política no Norte de África e Médio Oriente", e com a ameaça da inflação".

Seja qualquer for o seu perfil de risco e os activos que tiver em carteira há conselhos fundamentais a ter em conta sempre que o medo se apodera dos mercados. Além do velho princípio da diversificação da carteira de investimentos - que recomenda a dispersão do capital por várias classes de activos, com diferentes níveis de risco e exposta a várias regiões do globo- os investidores devem sempre escolher os seus investimentos tendo em conta as suas necessidades de liquidez. "O mais importante é que os investidores não percam de vista os seus objectivos de retorno, a sua tolerância ao risco e o seu horizonte temporal, não correndo risco a mais, nem a menos", remata Gonçalo Gomes.


Quatro categorias de fundos à prova do medo

1 - Ouro e metais preciosos
Sempre que o medo e a inflação aumentam, o ouro valoriza. É assim historicamente, e nesta crise o comportamento do metal precioso não foge à regra. Apesar dos especialistas contactados pelo Diário Económico referirem que os certificados e os ETF são formas mais eficazes de aproveitar a subida do ouro, há também fundos de investimento que apostam em acções de empresas ligadas à indústria dos metais preciosos. E neste campo, Gonçalo Gomes do ActivoBank salienta o DWS Invest Gold and Precious Metals Equities NC, que acumula ganhos nos últimos 12 meses de 12%. "Na crise da dívida soberana de 2010, que abalou os mercados accionistas entre 15 de Abril e 2 de Julho, este fundo valorizou cerca de 8%, uma vez mais em contra-ciclo com a generalidade dos fundos de acções", justifica o especialista. Segundo dados da Morningstar, este fundo tinha no ‘top ten' das suas participações (no final de Maio) acções das canadianas GoldCorp e Yamana Gold e da australiana NewCrest Mining.

2 - Volatilidade
Tirar partido do aumento da volatilidade dos mercados é possível mesmo para um pequeno investidor. A forma mais defensiva de o fazer será através da aposta num fundo de investimento. Gonçalo Gomes do ActivoBank salienta o Amundi Funds Absolute Volatility Euro Equities SE. "Este fundo procura tirar partido da convergência da volatilidade implícita a um ano do índice subjacente (Eurostoxx50) em relação à sua média histórica, tanto no sentido positivo, como negativo, beneficiando igualmente da volatilidade da própria volatilidade", explica o especialista. E relembra que nos últimos períodos de correcção dos mercados, este fundo registou um comportamento positivo de cerca de 10%/11%. O especialista lembra ainda que este fundo foi concebido para ser um "diversificador da carteira a longo prazo". Apesar de registar nos últimos 12 meses uma rentabilidade ligeiramente negativa (-1,7%), nos últimos três anos registou uma rendibilidade anualizada de 7,7%.

3 - Obrigações ‘High Yield'
As obrigações ‘high yield', ou de alto rendimento, não são um investimento que costume funcionar como protecção face ao medo. São, aliás, um investimento de risco elevado. No entanto, durante esta crise, as obrigações de empresas com um perfil mais arriscado têm vindo a ter um desempenho interessante e a tendência deverá manter-se nos próximos tempos. "As empresas gozam neste momento de uma saúde financeira superior à dos governos e os níveis de incumprimento são historicamente baixos (mesmo no segmento de maior risco de crédito), pelo que o ‘spread' oferecido por estas obrigações continua a ser atractivo", explica Gonçalo Gomes. O especialista do ActivoBank salienta neste campo o fundo PIMCO GIS High Yield Bond E (Euro Hedged) que nos últimos 12 meses valorizou 11,2% e nos últimos cinco anos conseguiu gerar uma rendibilidade anualizada de 7,1%. Apesar destes ganhos, quer Rui Pacheco do Banco Best, quer Gonçalo Gomes do ActivoBank alertam que este tipo de fundos não pode ser considerado à prova do medo.

4 - Outros fundos
Além das categorias de fundos já mencionadas, existem outras que estão a mostrar resiliência face à crise da dívida soberana que afecta a Europa. Rui Pacheco, do Best, acredita que uma solução de investimento a ter em conta na actual conjuntura poderá passar pela aposta de activos de países "com condições orçamentais favoráveis", e salienta vários fundos investem obrigações denominadas em francos suíços. Esta classe regista, aliás, uma rendibilidade de 19% nos últimos 12 meses.

fonte:http://economico.sapo.pt

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