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Poupanças e Investimentos Seguros

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25
Jan12

O ABC das finanças

adm

Num país onde mais de 80% dos cidadãos não sabe o que é uma taxa Euribor e um ‘spread’, aqui se relembram simples conceitos essenciais a uma cidadania efectiva.

Os resultados do último Inquérito de Literacia Financeira, promovido pelo Banco de Portugal, deixaram muito a desejar. Revelaram que Portugal e os portugueses têm ainda um longo caminho a percorrer no que toca a compreender simples conceitos utilizados nas finanças do dia-a-dia. A literacia financeira não é um capricho de um país subdesenvolvido nestes parâmetros mas sim um instrumento essencial para uma efectiva cidadania. Clientes informados são clientes exigentes.

C - Carência de capital
Corresponde a um período, geralmente inicial, em que a prestação do empréstimo é composta apenas por juros e não por capital e juros. É utilizado principalmente por jovens, de forma a aliviar os encargos mensais com a casa em início de carreira. Alguns bancos permitem também a sua utilização no "meio" do empréstimo, como forma de aliviar as prestações com a casa durante alguns meses em caso de, por exemplo, desemprego.

D - Derivados
Tal como o nome indicada, os produtos derivados são instrumentos que derivam de um activo subjacente. Esses activos podem ser acções, obrigações, índices, taxas de juro, matérias-primas ou outros, tendo como essência a concretização de um negócio no futuro com base num preço estipulado no presente. No vasto universo de instrumentos derivados, que em muitos casos podem ter um significativo nível de alavancagem associado, encontram-se produtos como contratos de futuros, contratos ‘forwards', opções, warrants, certificados e ‘contract for difference' (CFD). Todos estes instrumentos são produtos complexos e, por isso, apenas recomendados a investidores com conhecimentos avançados.

Diferimento de capital
É, a par com a carência de capital, uma forma de aliviar as prestações mensais do crédito à habitação. Neste caso, o devedor relega para o final do empréstimo uma parcela do mesmo, regra geral até 35%. O valor das prestações será menor já que estará a amortizar menos capital.

Dividendos
Trata-se da parcela dos lucros de uma empresa que é distribuída pelos accionistas.

E - Euribor
São taxas interbancárias e resultam da média das taxas praticadas entre 47 bancos de países da União Europeia e de países terceiros na oferta de fundos entre si. As taxas Euribor são os principais indexantes para o crédito e para os depósitos, e tendem a acompanhar a taxa de juro de referência fixada pelo Banco Central Europeu. No entanto, as Euribor são também influenciadas pelo nível de inflação e do crescimento económico na zona euro.

F - Franquia
Trata-se de um montante inicial de responsabilidade no pagamento de danos que fica sempre a cargo do tomador de seguro. Por exemplo, imagine um seguro de saúde, cujo valor da franquia é de 35 euros. Significa isto que, todos os anos, quando recorrer à primeira consulta desse ano e utilizar o seguro de saúde, os primeiros 35 euros serão por sua conta.

Fundos de investimento
Consistem em instrumentos de investimento colectivo, repartidos em unidades de participação, com vista a aplicar as poupanças dos seus participantes no mercado. Os fundos podem tomar uma de duas classes abrangentes: ou são fundos imobiliários, caso as aplicações sejam feitas fundamentalmente em imóveis, ou fundos mobiliários, caso a estratégia de investimento seja centrada em activos financeiros como acções, obrigações, depósitos e até em outros fundos.

O - Obrigação
É um título de dívida. A entidade que emite dívida, geralmente uma empresa (dívida corporativa) ou um Estado (dívida soberana) compromete-se a pagar uma taxa de juro periódica ao proprietário da obrigação - cupão ou taxa de cupão - e a ressarcir a totalidade do empréstimo na maturidade da obrigação.

P - Período de carência
Representa o prazo inicial até que o seguro possa ser activado. Geralmente varia entre um mês e seis meses.

Prémio
Trata-se do valor, geralmente com periodicidade mensal ou anual, a pagar por um seguro.

R - Rating
Consiste no termo anglo-saxónico utilizado para definir a notação da dívida de uma empresa ou país. O ‘rating' traduz assim o risco creditício associado a um agente económico, indica a capacidade de uma empresa ou um Estado cumprir os seus compromissos financeiros para com os seus credores.

S - Spread
É a margem que o banco aplica sobre a taxa de referência ou sobre o indexante de um empréstimo. É o lucro que o banco realiza por lhe emprestar dinheiro ou, por outras palavras, o "preço" definido pelo banco para conceder determinado empréstimo. Quanto maior o risco que esse empréstimo/cliente representar para a instituição tanto maior o custo do empréstimo, ou seja, o ‘spread'.

T - Taxa Anual Efectiva Global (TAEG)
Compreende todos os custos relativos a um empréstimo. Ou seja, além do valor do indexante e do ‘spread', inclui todos os encargos relacionados com o empréstimo, como comissões e seguros. É com base nesta taxa que deverá avaliar as diferentes ofertas de crédito. No caso do crédito à habitação esta taxa é denominada apenas de Taxa Anual Efectiva (TAE).

Taxa Anual Efectiva Revista (TAER)
No caso do crédito à habitação, o Banco de Portugal instituiu a obrigatoriedade das instituições de crédito revelarem também a TAER. Esta taxa inclui todos os custos já considerados na TAEG mas acrescenta ainda os custos relacionados com o ‘cross-selling'. Isto é, a subscrição de produtos (como depósitos ou a simples domiciliação de ordenado) no acto da contratação de um empréstimo para a casa que lhe permitem baixar o ‘spread' oferecido pelo banco. Alguns destes produtos representam um custo adicional para o cliente, os quais são vertidos na TAER. Esta é a taxa a ter em conta quando avalia as diferentes ofertas de crédito à habitação.

Taxa Anual Nominal (TAN)
É constituída apenas por duas parcelas. Engloba o valor do indexante ou da taxa de referência e o ‘spread' aplicado. É insuficiente para aferir dos custos totais que o empréstimo terá para o cliente.

Taxa Anual Nominal Bruta (TANB)
Esta taxa é-lhe apresentada quando subscreve aplicações financeiras, como depósitos a prazo. Trata-se de uma taxa bruta, ou seja, que não tem em conta as deduções fiscais. No caso do depósitos a prazo e dos dividendos, por exemplo, subtraindo o imposto correspondente, actualmente em 25%, fica com a taxa anual nominal líquida (TANL).

Taxa fixa
Quando contrata um empréstimo, ou até mesmo quando subscreve um depósito a prazo, a taxa oferecida poderá ser fixa ou variável. No caso de um empréstimo bancário, o cliente pode optar entre uma taxa fixa, a qual como o próprio nome indica, permanecerá imutável durante um período de tempo ou mesmo por todo o contrato, ou por uma taxa variável, que varia de acordo com o indexante, ou seja, estará sujeito às oscilações do mercado, regra geral, a taxa Euribor.

Y - Yield
A ‘yield' de uma obrigação traduz a rendibilidade média anual desse activo até à maturidade. A ‘yield' é também encarada pelos investidores como um indicador de risco: quanto maior a ‘yield' de uma obrigação, por exemplo, mais rentável será esse activo mas também maior será o risco desse investimento.

fonte:http://economico.sapo.pt/n

24
Jan12

Portugueses tiraram 11 milhões por dia dos certificados em 2011

adm

O ano passado foi o pior de sempre em termos de subscrições líquidas de Certificados de Aforro.

Aquela que durante décadas foi uma das aplicações preferidas dos aforradores portugueses foi alvo de uma "sangria" no ano passado. De acordo com o último boletim Mensal do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, em 2011, os Certificados de Aforro perderam, em termos líquidos, 4,087 mil milhões de euros. Tratou-se da maior retirada de sempre de dinheiro deste produto de poupança do Estado. Em média, saíram 11,2 milhões de euros, por dia, dos Certificados de Aforro.

Esta fuga vai bastante além das metas previstas pelo Orçamento do Estado para 2011. Concretamente, é mais de oito vezes a saída líquida de 500 milhões de euros inicialmente antecipada e um valor que fica em linha com o encaixe previsto já no Orçamento do Estado para 2012. Neste documento está estimado o resgate líquido de 4.080 milhões de euros deste produto de poupança em 2011.

Para 2012, o Orçamento do Estado antecipa que os Certificados de Aforro continuem a perder dinheiro. A expectativa é de que durante este ano os resgates líquidos atinjam 1,5 mil milhões de euros, mitigando ainda mais uma importante fonte de financiamento do Estado. Quando a série C foi lançada no início de 2008, os Certificados de Aforro representavam 16% do financiamento estatal. Actualmente, representam menos de metade desse valor: 6,5%.

Nem mesmo os Certificados do Tesouro conseguem escapar intactos à perda do interesse dos investidores. Apesar destes serem pautados por subscrições líquidas positivas desde o seu lançamento, em Julho de 2010, incentivadas pela remuneração atractiva em prazos mais longos, o certo é que o ritmo de captação tem vindo a decrescer nos últimos meses.

Contudo, no caso dos Certificados de Aforro, a saída de dinheiro não é uma tendência recente. Recorde-se que, em 2010, os resgates líquidos se tinham cifrado em 1,4 mil milhões de euros. Aliás, desde que o Governo alterou as regras da nova série C, em Março de 2009, que o saldo mensal de subscrições de Certificados de Aforro é negativo (33 meses consecutivos).

Confrontado com a perda de interesse dos aforradores portugueses por esse produto, o IGCP remeteu o nosso pedido de explicações para a Secretaria de Estado do Tesouro, sendo que até à hora de fecho desta edição não havia chegado uma resposta da governante.

Vale a pena investir?
Parte da explicação para a fuga de dinheiro dos Certificados de Aforro resulta da sua remuneração não compensar face a outros produtos de poupança com nível de risco semelhante. Nomeadamente, os depósitos a prazo. Em termos líquidos, a taxa de juro que está a ser oferecida em Janeiro nas subscrições de Certificados de Aforro é de 1,089%. Este valor é bastante inferior à rentabilidade líquida oferecida por um grande número de depósitos a prazo. Aliás, segundo os dados do Banco de Portugal, a remuneração média dos novos depósitos era de 3,64%, em Novembro. Ou seja, mais do dobro dos 1,452% que estão a ser oferecidos pelo produto de poupança do Estado. E as perspectivas apontam para que a remuneração ainda possa baixar mais, tendo em conta a tendência de queda das taxas Euribor. Os futuros sobre a Euribor a três meses para final de 2012 estão a transaccionar nos 0,765%, abaixo dos 1,168% a que a Euribor a três meses (indexante utilizado no cálculo da remuneração dos Certificados de Aforro) cotava na última sessão.

Para além disso, o efeito corrosivo da inflação também elimina o retorno deste produto. Recorde-se que para este ano, o Banco de Portugal prevê que a taxa de inflação se situe nos 3,2%.

fonte:http://economico.sapo.pt/

15
Jan12

Apenas 6,5% dos fundos nacionais deram ganhos reais em 2011

adm

Ano negro para os mercados penalizou o desempenho dos fundos de investimento geridos por sociedades nacionais.

Os fundos de investimento mobiliários geridos por sociedades nacionais não escaparam a um ano negativo para os mercados. Apenas 19 dos 292 fundos, ou 6,5%, conseguiram apresentar retornos reais, ou seja, acima da taxa de inflação de 3,5% do ano passado, segundo cálculos do Diário Económico baseados em dados divulgados pela associação do sector, a APFIPP. Além disso, mais de 70% destes produtos registaram mesmo desvalorizações em 2011.

A instabilidade nos mercados devido à crise de dívida soberana, com a bolsa e a dívida portuguesa a não escaparem ao epicentro da instabilidade, são os motivos apontados para os fracos retornos destes produtos de investimento. "Os fundos não fazem milagres e estão dependentes do desempenho das classes de activos", referiu o administrador da gestora Optimize, Diogo Teixeira, ao Diário Económico, referindo que à excepção da dívida considerada mais segura, como a americana, o ouro e o petróleo, foram poucos os activos a valorizar no ano passado.

Por outro lado, também o facto de a maior parte dos fundos registados na APFIPP investirem maioritariamente em activos portugueses e europeus não ajudou a que o saldo total de 2011 fosse mais positivo. "O foco geográfico da maioria dos fundos está na Europa e no mercado ibérico e pouco nos EUA ou nos mercados emergentes. Não houve a adaptação necessária, porque as classes mais atractivas não se encontram na Europa ou na Península Ibérica", referiu o gestor.

Das 33 classes de fundos definidas pela APFIPP, apenas duas categorias conseguiram apresentar ganhos médios acima da inflação. É o caso dos Fundos de Obrigações de Taxa Fixa Internacional, que inclui apenas um fundo, o Espírito Santo Obrigações Global, com ganhos médios de 6,51%, e dos Fundos de Pensões Abertos que aplicam menos de 5% do seu património em acções. Os seis produtos que fazem parte desta última categoria tiveram todos comportamento positivo em 2011, apesar de apenas dois destes fundos terem oferecido rendibilidades acima de 3,5%. É o caso do Caixa Reforma Garantida 2022, que ganhou 9,51% e do Banif Reforma Garantida, que valorizou 4,45%.

Fundos de acções nacionais perderam mais que o PSI 20

Já os fundos de acções nacionais tiveram o pior desempenho entre todas as classes. Em média, estes produtos perderam 28,67%, o que compara com a desvalorização de 24,38% do PSI 20 Total Return, que contabiliza o reinvestimento dos dividendos distribuídos pelas cotadas. Nenhum dos sete produtos desta classe conseguiu bater o índice. O BPI Portugal e o Santander Acções Portugal foram os que conseguiram limitar mais os prejuízos, com quedas de 26,81% e 26,95%, respectivamente. Já o Barclays Premier Acc. Portugal teve o pior desempenho, sendo o único a perder mais de 30%.

De todos os fundos geridos pelas sociedades registadas na APFIPP, o produto do Barclays teve o segundo pior desempenho. As maiores perdas foram registadas pelo Fundo Especial de Investimento (FEI), BPI Brasil, que desvalorizou 34,50%.

Só três produtos renderam mais de 10% em 2011

Num ano de baixos retornos, apenas três fundos conseguiram oferecer aos investidores ganhos de dois dígitos. Em comum, o facto de serem geridos pela Caixagest. O Caixagest Private Equity (FEI), que investe em fundos de capital de risco, liderou os ganhos, com uma rendibilidade de 16,01%. A segui-lo esteve o Caixagest Rendimento Nacional FEI. Este fundo da classe de protecção de capital e que investe unicamente em títulos de dívida do banco público apreciou 12,82%. A completar o pódio está o Caixagest Rendimento Oriente FEI, que também pertence à categoria de fundos com protecção de capital, com ganhos de 12,81%.

Além destes três fundos, os melhores desempenhos pertenceram ao Montepio Euro Healthcare. O produto que investe em acções de empresas farmacêuticas rendeu 7,63%. A completar o ‘top' dos fundos com melhor rendibilidade está ainda o Santander Multi Taxa Fixa, que está investido em títulos de dívida pública alemã. Rendeu 6,75%.


Fundos que escaparam às quedas

1 - Acções
Entre os produtos que investem em acções foram poucos os que escaparam às desvalorizações. Algumas das excepções foram o Montepio Euro Healthcare que aposta em acções de farmacêuticas e o Santander Acções América. Avançaram 7,62% e 5,70%. A maior aposta do gestor do Montepio é a Sanofi e do Santander é a Exxon-Mobil.

2 - Obrigações
Entre os fundos que investem nesta classe os melhores desempenhos pertenceram ao Santander Multi Taxa Fixa e ao Espírito Santo Obrig. Global. Ganharam 6,75% e 6,51%. O produto do Santander está investido sobretudo em Bilhetes do Tesouro e dívida alemã. O fundo da ESAF também aposta na dívida portuguesa e alemã.

3 - Retorno absoluto
Estes produtos procuram rendibilidades descorrelacionadas do sentido do mercado. Os produtos que mais renderam foram o Santander Carteira Alternativa FEI, que investe em ‘hedge funds', e o BPI Iberian Equities Long/Short FEI, que aposta na queda e na descida de acções ibéricas. Valorizaram 5,07% e 2,74%, respectivamente.

4 - Fundos de pensões
Nos fundos de pensões sob a forma de fundos, as melhores rendibilidades vieram dos produtos mais conservadores e que têm menor exposição ao mercado accionista. O Caixa Reforma Garantida e o Banif Reforma Garantida lideraram os ganhos nesta classe, com valorizações de 9,51% e 4,44%.

fonte:http://economico.sapo.pt/n

14
Jan12

Saiba onde investir o seu dinheiro em 2012

adm

Por causa da dívida pública europeia, vivem-se momentos de incerteza... Mas isso não significa que não existam boas oportunidades de investimento

 

Se 2011 foi difícil, para 2012 não há previsões de que os problemas relacionados com a crise deixem de existir. Muito pelo contrário: entre planos de austeridade e cortes no Orçamento do Estado, é provável que o novo ano seja ainda mais complicado. Este clima de instabilidade também não deixa os investidores optimistas, mas a verdade é que, mesmo face à conjuntura actual, podem existir boas oportunidades.

Agência Financeira procurou saber quais são os investimentos que devem ser feitos em 2012 e quais aqueles que devem ser evitados.

Segundo a Deco, pode ser proveitoso investir em algunsdepósitos a prazo, desde que a taxa de juro seja superior a 3,5%, para que o lucro seja real. Para produtos de capital garantido, o mínimo exigido é um investimento de mil euros, mas o prazo mínimo deve ser de cinco anos, se não o lucro «não é interessante».

No que diz respeito a certificados do tesouro, já é exigido um investimento mínimo de cinco mil euros e o prazo mínimo deve ser de cerca de dez a doze anos, pois só depois disso é que são registados valores rentáveis.

Já os investimentos que devem ser evitados são os de certificados de aforro - o seu rendimento anda em torno de apenas 1% - e os de fundos de tesouraria, que também apresentam rendimentos muito baixos.

Relativamente ao mercado accionista, os investidores devem apostar em tudo o que tenha procura rígida e que, por essa razão, é menos sensível à crise. Farmacêuticas, telecomunicações e serviços públicos (água, luz...) são boas opções.

Também o Barclays Wealth faz algumas recomendações. É importante reduzir a exposição aos títulos da dívida pública, pois os juros com ela relacionados não param de aumentar, o que revela clara desconfiança por parte dos mercados. Outra medida a tomar é destinar maiores parcelas de investimento aos países desenvolvidos e aos países emergentes.

Segundo os analistas do Barclays, «os investidores hesitam em apostar em activos de risco e estão concentrados na ameaça constante de uma deterioração ainda maior das condições económicas. No entanto, se ao entrar no mercado correm-se riscos, também existe o risco de estar fora dele». É importante que os investidores não percam boas oportunidades só porque, face à crise que actualmente atravessamos, têm medo de arriscar.

fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/fi

10
Jan12

Portugueses retiraram 7 milhões de euros por dia de fundos de investimento

adm

Os dados anuais da indústria portuguesa de fundos de investimento mostram que em 2011 os portugueses retiraram destas aplicações 2,6 mil milhões de euros.

Contas feitas, significa que por dia foram resgatados 7,2 milhões de euros dos fundos de investimento. Apesar deste saldo negativo, o desempenho da indústria foi ligeiramente melhor do que o verificado no ano de 2010, altura em que os resgates superaram os três mil milhões de euros.

Os números são um reflexo de três factores: a menor disponibilidade de poupança dos portugueses, a maior concorrência dos depósitos - que no ano passado conseguiram oferecer taxas de juro brutas até 7% - e a fraca performance dos fundos portugueses. Recorde-se que uma análise feita recentemente pelo Diário Económico mostrava que apenas 6,5% dos fundos portugueses conseguiu gerar retornos reais, acima da inflação, aos investidores.

Apesar do fraco desempenho da indústria, nem todas as categorias de fundos foram afectadas de igual forma. Os dados hoje divulgados pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património (APFIPP) indicam que a maior dos resgates ocorreu nos fundos mais conservadores. Os fundos de tesouraria, por exemplo, foram responsáveis por perto de 40% dos resgates em 2011. Em segundo lugar, estão os fundos com protecção de capital ao registarem saídas líquidas de 561 milhões de euros. A escapar à razia dos resgates estiveram os fundos do mercado monetário de curto prazo, ao registarem subscrições líquidas positivas no ano passado.

fonte:http://economico.sapo.pt/n

10
Jan12

8 factos que vão afectar o seu dinheiro este ano

adm

Num ano repleto de desafios para a generalidade dos portugueses, conheça os principais factores que vão afectar o seu dinheiro.

1 - Subida de impostos
Em 2011, a electricidade e o gás já subiram de preço, com o agravamento do IVA de 6% para 23%. Contudo, este ano muitos produtos de supermercado sofrem um aumento deste imposto. É o que se passa, por exemplo, com a água, cuja taxa de IVA vai subir de 6% para 13%. De 13% para 23% sobe o IVA de um grande leque de bens alimentares bem como da restauração. Também a tributação sobre juros, dividendos e mais-valias aumenta, o que significa que vai receber menos pelas suas aplicações. Segundo o Orçamento do Estado para 2012, as taxas liberatórias sobre mais-valias de activos bolsistas sobe, de 20% para 25%, para valores superiores a 500 euros. Já os dividendos pagos pelas acções e os juros dos depósitos a prazo deixam de ser tributados a uma taxa de 21,5% e passam a ser taxados a 25%. A mesma alteração afectará as mais-valias contabilizadas pelos pequenos investidores em fundos de investimento estrangeiros.

2 - Menos deduções no IRS
Os contribuintes também vão poder deduzir menos no IRS de 2012. Em relação às despesas de saúde e educação vão ser introduzidos tectos máximos às deduções que as famílias podem fazer. Os limites máximos vão variar consoante os rendimentos dos contribuintes. Será ainda introduzido um limite às deduções da saúde. Até agora era possível deduzir 30% das despesas com a saúde, não havendo um montante máximo. No Orçamento do Estado para 2012 o limite é de 10%, com o tecto de 840 euros.

3 - Inflação em alta
Apesar das perspectivas de baixa inflação para este ano na zona euro, a realidade portuguesa promete ser bastante diferente. A inflação esperada para a zona euro ronda os 2%, mas o Fundo Monetário Internacional estima que em Portugal esta chegue aos 3,3% em 2012. Isto significa que, para além dos portugueses verem o seu poder de compra restringido, vão ver também o rendimento das suas poupanças diminuído.

4 - Cortes dos subsídios
Os funcionários públicos vão sofrer um corte nos rendimentos, passando-se o mesmo com os pensionistas, tanto do público como do privado, que também vêem as suas reformas reduzidas perante o corte de subsídios de férias e Natal. O corte será gradual entre os 600 e os 1.100 euros e total acima dos 1.100 euros. Tendo em conta que muitas famílias dependem destes dois subsídios para equilibrar as suas despesas mensais, algumas poderão entrar em situações de incumprimento. Para outras, será necessário um esforço adicional para reequilibrar o orçamento familiar.

5 - Alívio na prestação da casa
Uma das boas notícias deverá beneficiar quem recorreu ao crédito para comprar casa, atendendo a que é esperada uma redução nas prestações ao longo deste ano. Isto acontece em resultado do ciclo de quedas que as taxas Euribor começaram a registar nos últimos meses de 2011. Quem tem o crédito à habitação indexado à Euribor a três meses já começou a sentir a descida de juros nos últimos meses do ano passado, uma tendência que deverá prolongar-se este ano face à evolução dos futuros sobre esse indexante nos mercados internacionais. Já quem optou pelo indexante a seis meses, a primeira descida será sentida por quem fizer a revisão da taxa do empréstimo em Janeiro. Nos créditos indexados à Euribor a 12 meses será necessário esperar mais uns meses para sentir um alívio na prestação.

6 - Acréscimo de encargos na habitação
Os proprietários e inquilinos vão pagar mais pelas suas casas: as deduções de amortizações do empréstimo à habitação e das rendas da casa serão eliminadas. Já a dedução dos juros pagos no âmbito dos créditos contraídos vai ser progressivamente cortada. Além disso, a isenção de IMI (Imposto Municipal sobre imóveis) será encurtada e retirada progressivamente. Outro dos aumentos resulta da avaliação das casas, que deverá agravar o montante pago pelos proprietários.

7 - Remuneração atractiva dos depósitos
Nem tudo são má notícias para os aforradores portugueses. As expectativas apontam para que durante este ano os depósitos a prazo continuem a oferecer remunerações bastante atractivas, à semelhança do que se passou em 2011. Isto acontece devido às necessidades de financiamento dos bancos que deverão continuar a alimentar os juros dos depósitos. No entanto, o facto de o Banco de Portugal ter imposto limites no final de 2011 às taxas de juro destas aplicações deixa alguma incerteza quanto à remuneração futura destes produtos. Ou seja, os bancos vão continuar a apostar, mas tenderá a haver alguma contenção nas taxas a apresentar aos seus clientes. Ainda assim, em 2012, os depósitos deverão continuar a ser uma boa hipótese.

8 - Acesso difícil ao crédito
As instituições financeiras fecharam a torneira do crédito em Portugal, sobretudo no que respeita ao crédito à habitação e ao consumo, e as perspectivas indicam que este cenário deverá manter-se ao longo deste ano. Para além do financiamento estar caro, também é cada vez mais difícil para as famílias portuguesas conseguir reunir todas as condições necessárias para ter acesso aos empréstimos dos bancos.

fonte:http://economico.sapo.pt/

09
Jan12

Saiba onde investir o seu dinheiro em 2012

adm

Se 2011 foi difícil, para 2012 não há previsões de que os problemas relacionados com a crise deixem de existir. Muito pelo contrário: entre planos de austeridade e cortes no Orçamento do Estado, é provável que o novo ano seja ainda mais complicado. Este clima de instabilidade também não deixa os investidores optimistas, mas a verdade é que, mesmo face à conjuntura actual, podem existir boas oportunidades.

Agência Financeira procurou saber quais são os investimentos que devem ser feitos em 2012 e quais aqueles que devem ser evitados.

Segundo a Deco, pode ser proveitoso investir em algunsdepósitos a prazo, desde que a taxa de juro seja superior a 3,5%, para que o lucro seja real. Para produtos de capital garantido, o mínimo exigido é um investimento de mil euros, mas o prazo mínimo deve ser de cinco anos, se não o lucro «não é interessante».

No que diz respeito a certificados do tesouro, já é exigido um investimento mínimo de cinco mil euros e o prazo mínimo deve ser de cerca de dez a doze anos, pois só depois disso é que são registados valores rentáveis.

Já os investimentos que devem ser evitados são os de certificados de aforro - o seu rendimento anda em torno de apenas 1% - e os de fundos de tesouraria, que também apresentam rendimentos muito baixos.

Relativamente ao mercado accionista, os investidores devem apostar em tudo o que tenha procura rígida e que, por essa razão, é menos sensível à crise. Farmacêuticas, telecomunicações e serviços públicos (água, luz...) são boas opções.

Também o Barclays Wealth faz algumas recomendações. É importante reduzir a exposição aos títulos da dívida pública, pois os juros com ela relacionados não param de aumentar, o que revela clara desconfiança por parte dos mercados. Outra medida a tomar é destinar maiores parcelas de investimento aos países desenvolvidos e aos países emergentes.

Segundo os analistas do Barclays, «os investidores hesitam em apostar em activos de risco e estão concentrados na ameaça constante de uma deterioração ainda maior das condições económicas. No entanto, se ao entrar no mercado correm-se riscos, também existe o risco de estar fora dele». É importante que os investidores não percam boas oportunidades só porque, face à crise que actualmente atravessamos, têm medo de arriscar.

fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/

08
Jan12

Fundos mistos: repartir para ganhar

adm

Com meia-dúzia de tostões, o pequeno aforrador pode ver-se senhor de uma carteira adequada ao seu perfil de risco.

Apostam em acções, obrigações de taxa fixa e variável, depósitos bancários e até noutros fundos de investimento. Têm mínimos de subscrição ao alcance das carteiras mais modestas. No geral, com € 500 já é possível investir. Os fundos mistos são ideais para o pequeno subscritor. Ao subscrevê-los, passa a ser detentor, ainda que indirectamente, de uma carteira diversificada.

Rendem mais do que as aplicações tradicionais, como os depósitos a prazo, e menos do que os fundos de acções. Mas também registam perdas menores do que estes.

Prós e contras

  • Apesar da facilidade de subscrição junto dos bancos, mínimo de investimento acessível, nível de diversificação e maior potencial de valorização do que os produtos tradicionais, os fundos mistos podem não adequar-se a todas expectativas.
  • Desde logo, o capital não está garantido, o que, no entanto, acontece com a maioria dos fundos de investimento. Além disso, como envolvem um certo risco, o dinheiro deve manter-se aplicado, pelo menos, durante 5 anos, para minimizar as surpresas desagradáveis.
  • Alguns produtos, que trazem a sigla FF a seguir ao nome, são fundos de fundos. Distinguem-se por aplicarem quase em exclusivo noutros fundos. Preste atenção às respectivas comissões de gestão e depósito. Terá de suportar, ainda que indirectamente, os custos dos fundos detidos pelo FF. Ou seja, irá pagar duas vezes a título de gestão e depósito sem se aperceber. Para informá-lo, muitos FF indicam no regulamento de gestão as comissões máximas a suportar.

Pesar as acções

  • Os fundos mistos têm como filosofia a diversificação, pelo que o consumidor pode assumir um pouco mais de risco. Quanto mais acções juntar à sua carteira, aumenta as hipóteses de rentabilidade a longo prazo. Se é mais ousado ou pode manter o dinheiro aplicado por um prazo alargado, opte por um fundo agressivo (a partir de 50% de acções). Para evitar grandes sustos, o melhor é ficar-se por um defensivo, com menos de 30% de acções. Estando a meio caminho entre a ousadia e a sensatez, escolha um neutro (30 a 50 por cento).
  • A escolha de uma categoria depende ainda da conjuntura económica. Por exemplo, em momentos de turbulência nos mercados, o mais prudente será optar por uma estratégia tendencialmente defensiva.

Investidor activo

  • Ao subscrever um fundo misto, o consumidor não tem nenhuma intervenção além da escolha do produto, isto é, as suas poupanças são geridas de forma menos activa. Pode ser cómodo e simples. Mas não será necessariamente o mais rentável.
  • Se tem tempo para acompanhar os mercados, consulte o nosso sítio financeiro na Net (www.proteste.poupanca.pt) e componha uma carteira de fundos. A estratégia exige, no entanto, um montante mínimo muito superior ao dos fundos mistos, sendo recomendáveis cerca de 10 mil euros.
  • Encontrará ainda conselhos sobre os melhores fundos e o momento para ajustar a carteira, quando surgirem oportunidades para fazer render ainda mais os seus investimentos.

fonte:http://www.deco.proteste.pt/p


08
Jan12

Melhores fundos de investimento renderam mais de 300% na década

adm

Quem investiu em fundos de mercados emergentes, como a Indonésia e a Tailândia, ou apostou em ouro nos últimos dez anos conseguiu quadruplicar o investimento.

Se lhe dissessem há 10 anos que se investisse num fundo de acções da Indonésia o seu dinheiro cresceria 694% no espaço de uma década, acreditaria? Provavelmente não. Possivelmente desconfiaria da promessa de ganhos tão exuberantes. Mas os números mostram que, apesar da crise que afecta os mercados desde 2007, existem aplicações que no longo prazo conseguiram fintar as tendências de queda e gerar retorno aos investidores. Para tentar perceber se houve activos vencedores nos últimos 10 anos, o Diário Económico foi ver junto da Morningstar quais os fundos de investimento disponíveis para comercialização em Portugal que melhor desempenho obtiveram na última década. E, os números não deixam de ser surpreendentes. Os dez fundos mais rentáveis nos últimos dez anos obtiveram uma rendibilidade acumulada neste período que oscilou entre os 278% e os 694%.

A liderar os ganhos está o Fidelity Indonesia A-USD, um produto que tem 98% do seu portfólio alocado em acções, sendo que os títulos do sector financeiro são aqueles que têm um maior peso (34%) na carteira do fundo. Contas feitas, este fundo de acções emergentes obteve entre 23 de Dezembro de 2001 e 23 de Dezembro de 2011, um ganho acumulado, segundo a Morningstar, de 694%.

Na verdade, o ‘top ten' dos fundos mais rentáveis é dominado pelos mercados emergentes. Oito dos dez melhores produtos são fundos que investem na Indonésia, Tailândia e América Latina- região que consegue colocar quatro fundos na lista dos 10 mais rentáveis da década. Em comum têm o facto de serem regiões que viveram um enorme ‘boom' económico na última década e que foram pouco atingidas pelas crise do ‘subprime' e pelos problemas orçamentais e da dívida soberana que afectam países mais desenvolvidos. "São países que conjugaram na última década um crescimento económico significativo com um desenvolvimento também ele elevado dos mercados financeiros. A Indonésia, por exemplo, que é o país de investimento do fundo com maior performance, foi uma economia que cresceu mais de 5% em média ao ano desde 2001, comparativamente com um crescimento médio anual de inferior a 2% na Europa e nos EUA", explica fonte da direcção de investimento do banco best. 

O ‘ranking' dos melhores fundos acaba por ficar completo com dois fundos que apostam directa e indirectamente no ouro: o BGF World Gold A2 USD (que avançou 370% em 10 anos) e o BGF World Mining A2 USD (que no mesmo período acumula ganhos de 278%). Um dado que não é surpreendente quando se analisa a evolução da cotação do ouro nos mercados internacionais. Há 11 anos consecutivos que esta ‘commodity' está a valorizar. Em Dezembro de 2001 o preço por onça de ouro situava-se nos 278 dólares. Um valor que compara com os actuais 1.566 dólares. Ou seja, uma valorização de 463%.

Apesar destes números generosos, tal não significa que estes fundos tenham registado ganhos todos os anos da última década. Por exemplo, a maioria deles não conseguiu fintar as quedas em 2008. Da mesma, é preciso ter cuidado ao olhar para estes desempenhos exuberantes: Todos estes fundos têm em comum o facto de serem fundos de elevado risco, sujeitos a volatilidades elevadas e, como tal, devem estar incluídos nas carteiras de investidores com algum perfil de investimento mais agressivo. Pela mesma razão, os investidores deverão ter uma pequena exposição da sua carteira a fundos com estas características.

Além disso, fonte do banco Best alerta: "As rendibilidades passadas não são um indicador de rendibilidades futuras. Como tal, a performance do fundo na última década não é indicador de que isso venha a suceder na próxima década ou nos próximos anos. O investidor terá que analisar outros factores, como os fundamentais económicos inerentes ao tema de investimento e ao próprio fundo (como equipa de gestão e política actual de investimento) antes de considerar investir, quer ele seja um fundo vencedor na última década, quer não".

fonte:http://economico.sapo.pt/n

07
Jan12

Evy Hambro: Produtos agrícolas e metais preciosos podem ser bom investimento em 2012

adm
Cada matéria-prima tem diferentes factores de sustentação, mas estamos a observar, de uma forma geral, uma tendência de aumento da procura e de focalização nas "commodities" como activo financeiro central de uma forma que não vimos nos últimos 20 anos, diz em entrevista ao Negócios o gestor Evy Hambro, da BlackRock.

Evy Hambro, gestor da Gold & General Fund e da BlackRock World Mining Trust, considera que as pessoas irão olhar mais para os metais preciosos como protecção contra a inflação ou contra a incerteza no sistema financeiro.

Por outro lado, para o responsável desta sociedade gestora de fundos, o grande impulsionador dos preços das matérias-primas agrícolas poderá ser uma mudança no regime alimentar.

Em entrevista por e-mail ao negócios, Hambro refere ainda que "estamos a assistir a uma tendência de crescente consumo de matérias-primas que estamos convictos que durará durante mais algumas décadas".

Quais são as suas estimativas para os preços das matérias-primas em 2012?

Se analisar a procura nos mercados de matérias-primas, o principal impulsionador é a China. A China é a maior consumidora de inúmeras “commodities”, pelo que um abrandamento por parte desse país afectaria indubitavelmente o lado da procura da equação. Sem um choque compensatório do lado da oferta, seria então de esperar que uma desaceleração da procura fosse negativa para a maioria das matérias-primas.

Além disso, no que diz especificamente respeito aos mercados agrícolas, o ano passado trouxe algumas condições meteorológicas adversas extremas. Se estas condições melhorarem substancialmente nos próximos 12 a 18 meses, levando a maiores colheitas e a melhores mercados de culturas agrícolas, poderemos esperar que isso exerça uma pressão baixista sobre os preços das “commodities” agrícolas.

Em termos de risco altista para as cotações, podemos citar as contínuas tensões geopolíticas em África e no Médio Oriente, o que poderá levar a perturbações na oferta dos mercados energéticos. Temos também observado a manutenção de condições meteorológicas adversas. Se prosseguirem, será de esperar que isso faça subir os preços das matérias-primas agrícolas. Por último, o risco de nacionalização de instalações de produção de “commodities”, seja na América Latina ou em África, poderá conduzir a uma restrição da oferta, o que também é um factor de subida para os preços.

Quais serão os produtos com melhor e pior desempenho?

As oportunidades abundam em todo o espectro de “commodities”, mas as condições da oferta e da procura diferem consoante cada matéria-prima em particular.

No que respeita às matérias-primas agrícolas, o impulsionador poderá ser uma mudança no regime alimentar. Há implicações para a procura de alimentos quando as pessoas passam de dietas ricas em hidratos de carbono e pobres em proteínas e de uma agricultura de subsistência para regimes alimentares com mais carne, à medida que a riqueza aumenta e as populações entram na categoria da classe média.

Enquanto isso, as pessoas irão olhar mais para os metais preciosos como protecção contra a inflação ou contra a incerteza no sistema financeiro; e por último, os metais industriais tendem a ser impulsionados pelo desenvolvimento de infra-estruturas e da construção de casas. Por isso, cada matéria-prima tem diferentes “drivers”, mas estamos a observar, de uma forma geral, uma tendência de aumento da procura e de focalização nas “commodities” como activo financeiro central de uma forma que não vimos nos últimos 20 anos.

É também importante recordar que as matérias-primas são heterogéneas. Algumas “commodities” são bastante cíclicas, ao passo que outras o são menos e podem ser mais defensivas. Assim, durante uma recessão, a agricultura e os metais preciosos, pelo facto de serem mais defensivas, poderão ter um melhor desempenho. As pessoas continuam a ter de comer e poderão refugiar-se em valores-refúgio, como o ouro. Consequentemente, os retornos nestes tipos de activos tendem a ser melhores.

Adicionalmente, o papel de um choque da oferta não deve ser subestimado. As matérias-primas agrícolas, além de possuírem propriedades defensivas, ganharam com o facto de a oferta ter diminuído devido a condições meteorológicas adversas.

E que perspectivas tem para o petróleo?

Os problemas macroeconómicos globais continuam a dominar o mercado accionista. No actual ambiente, o risco do lado da procura para o preço do crude aumentou, mas os fundamentais oferecem algum incentivo: a opção forçada do Japão no sentido de criar uma maior capacidade energética derivada do petróleo trouxe mais barris à procura mundial de crude.

Além disso, a OPEP demonstrou no passado que tem apetite e capacidade para actuar em apoio aos preços se eles baixarem significativamente.

Por outro lado, o crescimento da oferta no longo prazo está a ser posto em causa.

E o ouro? Será que este metal precioso vai brilhar pelo 12º ano consecutivo?

Consideramos que há inúmeros factores que sustentam a ideia de que o outro manterá o seu estatuto de valor-refúgio durante mais algum tempo.

Em primeiro lugar, a ameaça de inflação poderá suportar a atractividade do ouro como activo de cobertura contra esse risco. A inflação é muitas vezes esquecida como razão para a compra de ouro, especialmente porque as pressões inflacionistas têm sido benignas no mundo desenvolvido desde a década de 1990. Os preços estão agora em relativa tendência de subida a nível mundial, impulsionados pelas facturas alimentar e energética, enquanto as tentativas para revigorar as economias através de programas de flexibilização quantitativa são inflacionistas por natureza.

As actuais e futuras iniciativas dos governos no sentido de revitalizarem o crescimento, essencialmente através de um processo parecido com a emissão de mais moeda e, assim, aumentando o risco de inflação, podem ser positivas para o ouro. É também importante recordar que numa altura em que as taxas de juro se mantêm em níveis historicamente baixos no Reino Unido e nos EUA, as taxas de retorno reais sobre os depósitos em numerário são negativas, e assim tem sido há já algum tempo.

Por outro lado, a procura de ouro físico continua forte, especialmente nos mercados emergentes. A procura por parte da joalharia chinesa, no terceiro trimestre de 2011, aumentou 13% face ao período homólogo de 2010, para 131 toneladas (no valor de 7,3 mil milhões de dólares), enquanto a procura de barras e de moedas em ouro aumentou 24% para 60,2 toneladas.

Isto deveu-se em parte ao colapso dos mercados imobiliários asiáticos, que deixaram muitos dos investidores daquela região à procura de uma reserva de valor e também de uma cobertura contra a inflação (que em Outubro era de 5,5% na China e de 9,7% na Índia). A procura de ouro a nível mundial subiu 6% no terceiro trimestre, para 1.054 toneladas no valor de 57,7 mil milhões de dólares, um recorde histórico em termos de valor.

As compras de metal amarelo por parte dos bancos centrais também foram significativas em 2011, com a Turquia, Tailândia e Bolívia a integrarem as fileiras de outros países em desenvolvimento que tentam aumentar as suas reservas nacionais de ouro. As vendas de ouro de Hong à China tinham aumentado 600% até Setembro, face ao mesmo período de 2010. Em termos globais, os bancos centrais adquiriram um total de 148,4 toneladas de ouro no terceiro trimestre do ano passado.

Ao mesmo tempo, a produção mineira tem tido dificuldades em aumentar nalgumas regiões, com a oferta mundial a aumentar apenas 2% no terceiro trimestre, para 1.034 toneladas (o que não cobriu a procura), havendo poucos sinais de qualquer crescimento significativo da oferta no imediato.

Então continua a valer a pena investir em “commodities”?

Para os investidores que estão a passar por uma desaceleração económica nos seus países, poderá não parecer que comprar matérias-primas seja a coisa natural ou certa a fazer. Podemos, contudo, argumentar que esta é na verdade uma enorme oportunidade para obter exposição ao que consideramos ser uma tendência estrutural de longo prazo e alguns óbvios condicionalismos da oferta.

A alteração na procura, motivada pela urbanização, não é um fenómeno de curto prazo. No entanto, é muito claro que vão existir períodos de crescimento mais forte e períodos de crescimento mais débil.

A crise financeira de 2008, quando as “commodities” recuaram fortemente, constituiu uma excelente oportunidade para comprar, tendo em vista esta tendência de mais longo prazo. Agora, uma vez mais, estamos a ver a debilidade nos EUA e na Europa a provocarem uma certa pausa no movimento altista dos preços das matérias-primas. Por isso, consideramos que estamos perante uma óptima oportunidade para ganhar exposição a esta classe de activos e para beneficiar daquilo que consideramos ser um ciclo multi-décadas.

Na nossa opinião, os investidores que não têm qualquer exposição às matérias-primas têm de começar a pensar nestes produtos como uma parte central das suas carteiras mais diversificadas. Claro que a alocação exacta dependerá do apetite pelo risco por parte do indivíduo, pois as “commodities” estão voláteis e não se deve ignorar esse facto.

No seu entender, qual será a direcção das matérias-primas no mais longo prazo?

A tendência das “commodities” que estamos a vivenciar neste momento começou realmente há seis ou sete anos. Foi motivada por uma mudança estrutural na procura, predominantemente derivada da urbanização e da industrialização de países dos mercados emergentes altamente populados – sobretudo as economias dos BRIC, com especial ênfase na China.

Aquilo a que assistimos nos últimos 200 anos é que as mudanças estruturais na procura são de longo prazo e que a tendência altista nos mercados altistas das matérias-primas tende a ser profunda e de longa duração. O actual ciclo que está a sustentar a procura de “commodities” é diferenciado pela profunda quantidade de pessoas que se estão a industrializar e a urbanizar.

A população chinesa ronda 1,3 mil milhões de pessoas e a população indiana é de cerca de mil milhões, pelo que temos mais de um terço da população global a transitar para um estilo de vida mais urbano e industrializado – e isso significa que o consumo de matérias-primas está a aumentar.

Temos milhares de milhões de pessoas a transitar para um estilo de vida em que compram carros, electrodomésticos, acrescentam carne à sua alimentação e investem em metais preciosos de uma forma que nunca antes se observou. Assim, estamos a assistir a uma tendência de crescente consumo de matérias-primas que estamos convictos que durará durante mais algumas décadas – uma tendência que achamos que pressionará consideravelmente a cadeia da oferta global de “commodities”.

fonte:http://www.jornaldenegocios.pt/h

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