DECO: 90% do dinheiro investido em PPR está mal aplicado
Mais de 90% do dinheiro investido em Planos de Poupança Reforma está mal aplicado e, por isso, não tem o retorno desejado. O alerta é dado pela Deco que lança hoje um site que permite comparar planos e encontrar o mais adequado para cada situação.
A Associação para a Defesa do Consumidor analisou 97 PPR disponíveis em Portugal e percebeu que mais de 90% do dinheiro investido, cerca de 15 mil milhões de euros, "foi dirigido para produtos sob a forma de seguro com capital garantido, que rendem pouco". A má escolha, diz a Associação, "corresponde a uma perda global anual de 308 milhões".
Além disso, o estudo hoje divulgado mostra que "a coberto dos benefícios fiscais, as entidades gestoras abusam das comissões" praticadas, o que leva a que os clientes percam duas vezes: uma por terem um produto pouco generoso e outra por pagarem demasiado ao banco ou à seguradora.
"Em média, os aforradores pagam à cabeça 1,3% quando subscrevem um PPR sob a forma de seguro com capital garantido e 1,1% no caso dos fundos. Ao valor do PPR é ainda subtraída a comissão anual de gestão e depósito, que atinge os 0,8% nos seguros e 1,6% nos fundos", revela a Deco.
São estes aspetos que levaram à criação do site "ganhemaisnoPPR", uma página que permite fazer simulações de quanto se está potencialmente a perder e quanto se poderia ganhar se fosse feita uma mudança de produto. É que apesar das comissões geralmente elevadas, foram encontrados "produtos com rendimentos interessantes", que motivam o apelo à mudança.
Os favoritos da Associação são cinco: Leve II PPR (Fidelidade), PPR SGF Garantido (SGF) e PPR Garantia de Futuro (Futuro e Montepio), todos com capital garantido, e Optimize Capital Reforma PPR Moderado (Optimize) e Optimize Capital Reforma PPR Acções (Optimize), sem capital garantido.
Para realizar este estudo, a DECO tentou fazer a troca de cinco PPR, mas encontrou algumas dificuldades e por isso, deixa o aviso: nunca foi possível trocar de plano em menos de um mês, apesar de na lei estarem previstos apenas 10 dias.
fonte:http://www.dinheirovivo.pt/m