Novas taxas dos certificados não convencem aforradores
O investimento em produtos de poupança do Estado manteve-se, em Março, perto de mínimos de quase dois anos.
A subscrição de Certificados de Aforro e do Tesouro recuperou ligeiramente em Março face ao mês anterior mas permanece perto dos valores mais baixos dos últimos 20 meses. Depois de em Janeiro os portugueses terem subscrito quase dois mil milhões de euros em produtos de poupança do Estado, Fevereiro e Março trouxeram o menor nível de novas entradas desde Agosto de 2013.
Recorde-se que o Governo cortou a remuneração destes produtos em Fevereiro, com a taxa média dos Certificados do Tesouro a passar de 4,25% para 2,25%, ao final dos cinco anos, enquanto a taxa de juro dos Certificados de Aforro caiu de cerca de 3% na série C, para pouco mais de 1% na nova série D. Em Março, os portugueses subscreveram Certificados de Aforro no valor de 15 milhões de euros líquidos, acima dos nove milhões registados em Fevereiro, segundo os dados ontem publicados pelo Banco de Portugal.
Já as entradas líquidas em Certificados do Tesouro somaram 63 milhões de euros, depois de em Fevereiro terem ficado pelos 39 milhões de euros. Tudo somado, os portugueses investiram 78 milhões de euros, em termos líquidos, em certificados no último mês, um valor que só encontra paralelo em Fevereiro, quando os particulares investiram 48 milhões de euros. Em média, e retirando o efeito Janeiro, os portugueses subscreveram cerca de 400 milhões de euros por mês, em Certificados do Tesouro e de Aforro, desde o lançamento dos Certificados do Tesouro Poupança Mais, em Outubro de 2013. Financiamento via retalho quase duplica em 12 meses A contribuição do retalho para o financiamento do Estado quase duplicou no último ano.
As aplicações das famílias portuguesas em produtos de poupança do Estado aumentou de 8,7 mil milhões de euros em Fevereiro de 2014 para os actuais 15,1 mil milhões de euros. Uma evolução que tem permitido ao Estado diminuir as suas necessidades de financiamento nos mercados internacionais, muito embora o continue a fazer aproveitando as muito baixas taxas de juro que os investidores exigem hoje para comprar dívida portuguesa. Para este ano, o Governo estima um encaixe de 2,5 mil milhões de euros em certificados. Até Março, os portugueses já investiram um total de 2.068 milhões.
fonte:http://economico.sapo.pt/