“As pessoas com 40 anos poderão não ter reforma”
O sistema da segurança social pós-2007 "está mais justo, mas vai estoirar", afirmou Fernando Alexandre, professor da Universidade do Minho, durante a conferência "As seguradoras e a desafio da poupança", organizada pela Associação Portuguesa de Seguradores. O docente apresentou um estudo elaborado pelo Núcleo de Investigação de Políticas Económicas daquela mesma universidade.
As pessoas com 40 anos poderão não ter reforma (...) e vão exigir um sistema de capitalização porque vão querer ter a sua conta de poupança." A afirmação, feita intencionalmente com exagero, é de Fernando Alexandre, da Universidade do Minho, durante a conferência da APS sobre a questão da poupança e o papel das seguradoras. Adiantou que o recuo do estado social é uma inevitabilidade.
O docente afirmou, baseado num estudo feito com outros catedráticos do Minho e de Coimbra, que o actual sistema é insustentável, pois a taxa de poupança da economia portuguesa é "insuficiente". Deu o exemplo dos dividendos, em que a maioria é paga ao exterior, a par do elevado endividamento do sistema financeiro. Nesta óptica, antecipa "um recuo do estado social", afirmando que é uma inevitabilidade, o que irá gerar um aumento forçado da taxa de poupança nos próximos anos.
No modelo actual da segurança social, e tendo em conta os valores oficiais, as reformas de muitos portugueses passarão a ser 60% do seu salário num futuro próximo. Fernando Alexandre disse que "algumas pessoas vão passar a ganhar pouco mais de metade do seu ordenado quando se reformarem, e os portugueses ainda não se aperceberam disso". Adiantou que, muito "provavelmente", dentro de um a dois anos, os portugueses "vão perceber o que lhes está a acontecer".
fonte:http://www.oje.pt/n