O que pode fazer hoje para ter uma boa reforma amanhã?
Com as reformas cada vez mais reduzidas e a ruptura do actual sistema de pensões encarada por muitos especialistas como «inevitável», para os trabalhadores não há muitas alternativas: ou trabalhar durante mais tempo ou descontar mais.
Duas soluções difíceis num mundo «cheio de incertezas» quer no cenário político, como no económico e também perante um «mercado financeiro que escapa ao conhecimento mesmo das instituições ligadas ao sector», como explicou à AF, o professor universitário do ISEG e especialista nesta matéria, Fernando Ribeiro Mendes.
E o que os portugueses podem fazer para salvar a sua reforma? «Apostar em PPR, depósitos a prazo ou mesmo na compra de ouro. Tudo o que lhes possa garantir alguma segurança num cenário de tanta instabilidade», advertiu Ribeiro Mendes.
Em dois anos 180 mil passaram à reforma
Senão vejamos: já em 2012 será preciso trabalhar mais 4 meses a 1 ano para obter a reforma em pleno, sem quaisquer penalizações. Isto por culpa do aumento da esperança média de vida que retira valor às pensões, numa tentativa de manter o actual sistema da Segurança Social.
Depois, quanto mais meses trabalhar maior será a bonificação, que ascende a 1% se tiver uma carreira contributiva superior a 40 anos.
E, no futuro, a tendência será só para aumentar. Por isso, quanto mais tarde o trabalhador pedir a reforma, maior será a penalização. Talvez seja por isso mesmo que só entre Outubro de 2009 a Outubro de 2011, mais 180 mil pessoas passaram à condição de pensionistas, o que representa um aumento de 4,7 por cento.
Mas não se esqueça: quem pedir a pensão antes dos 65 anos de idade leva um corte de 0,5% por cada mês de antecipação. Um corte a que se junta um outro, ligado ao factor de sustentabilidade. Já quem não tiver atingindo ainda a idade legal mas tiver direito à pensão completa - carreiras contributivas longas - e decida prolongar a vida activa, tem uma bonificação de 0,65% mensais.
fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/