Diversificar o risco é o segredo para ganhar em 2012
Deixe de lado os activos de maior risco e aposte em diversificar o investimento, defende o Banco Best.
O mundo inteiro tem estado a preparar-se para um 2012 negro. Seja em termos de abrandamento do crescimento económico, do aumento da dívida pública mundial ou de investimento em activos de maior ou menor risco. Os analistas traçam vários cenários para aquele que poderá ser o ‘ano horribilis' da década. Mas não se assuste: os seus investimentos podem continuar a garantir um retorno se diversificar os riscos.
"Os títulos de dívida pública dos países mais seguros, como os EUA e Alemanha, poderão continuar - caso exista um aumento da incerteza - a ser considerados activos de refúgio, embora o seu potencial de valorização, dado o actual nível de taxas de juro, seja diminuto", explicou Diogo Serras Lopes, Director de Investimentos do Banco Best, em declarações ao Diário Económico. O responsável sublinha que, por isso mesmo, "a diversificação, tanto de regiões, como de classes de activos ou moedas - continua a ser a melhor forma de proteger os investimentos do risco específico de um determinado evento".
Na mesma ocasião o responsável salientou que "o ano de 2012, pelo menos na parte inicial, continuará a ser marcado por um nível elevado de incerteza, nomeadamente na questão dos desenvolvimentos da crise europeia", explicando que, por isso mesmo, "os activos de risco, embora se encontrem de forma geral a níveis baixos de avaliação em termos de comparações históricas - o que aumenta a sua atractividade no longo-prazo -, poderão estar pressionados no curto-prazo, tanto pelo nível elevado de incerteza, como pela possível redução de estimativas de crescimento económico".
Estimativas que "têm vindo a ser revistas em baixa nos últimos meses, em parte devido às dificuldades sentidas pela zona euro na resolução da crise actual", afirmou o especialista, lembrando ainda que "desde que a desaceleração sentida nos mercados desenvolvidos não assuma proporções significativamente maiores", os países emergentes poderão ser parte da solução. As chamadas economias em desenvolvimento têm registado um crescimento superior ao dos países desenvolvidos, embora se tenha assistido a uma ligeira desaceleração nos últimos meses do ano. No entanto, "a menor dependência dos países emergentes das exportações para os países desenvolvidos, através do reforço da componente de procura doméstica nestas economias, poderá tornar as economias emergentes menos sensíveis aos maiores problemas sentidos nas economias desenvolvidas", concluiu.
Por isso, a aposta em divisas de países emergentes ou em moedas consideradas muito seguras - como o franco suíço - deverá também estar na mira dos investidores durante o próximo ano, numa altura em que têm estado a valorizar tanto face ao dólar quanto face ao euro.
Dívida mundial não pára de aumentar
A dívida mundial registou, entre 2002 e 2010, um aumento de 11% ao ano. Contas feitas e a dívida pública global é actualmente de cerca de 30 biliões de euros, o que representa um grande travão ao crescimento económico mundial. "A diminuição do actual nível de dívida global é algo que será necessário realizar durante os próximos anos, indo até, potencialmente, além da próxima década", diz Diogo Serras Lopes.
No "relógio mundial da dívida", uma ferramenta disponibilizada pela revista ‘The Economist' e que mede ao segundo a evolução da dívida mundial, Portugal destaca-se, a cor-de-laranja, como um dos países com mais elevada dívida pública do mundo, a par de Espanha, da Austrália e da Finlândia. França, Itália e Alemanha estão, por seu lado, pintados a vermelho, registando um nível de dívida pública superior a 75% do PIB nacional.
fonte:http://economico.sapo.pt/n