Sete dicas para encontrar os melhores fundos
Construção de um portefólio de fundos de investimento significa colocar o seu dinheiro nas mãos de um estranho.
E apesar desse estranho ser um profissional na gestão de activos, isso não significa que a responsabilidade esteja apenas do lado de quem gere as suas poupanças. Cabe a si fazer o trabalho de casa. Cabe a si e escolher o fundo e a equipa de gestão que mais créditos oferecem para o seu dinheiro. É fundamental estudar o passado mas também antever o futuro, fazer contas às comissões e aos potenciais impostos a pagar. É fulcral conhecer os fundos e, muito importante, conhecer-se a si mesmo. Por isso, para não ficar escaldado da próxima vez que consultar o estado da sua carteira de investimentos, tome atenção a sete regras de ouro que o vão ajudar a encontrar os fundos certos.
1 - Pesquise o máximo que puder
A compra de um fundo de investimento assemelha-se muito à compra de uma casa: antes de decidir pela "tal" é preciso ver muitas. O mesmo sucede com os fundos. Antes de tomar uma decisão é fundamental que percorra o que o mercado oferece a "pente fino". Comece por visitar por alguns ‘sites' para tomar conhecimento em mais detalhe sobre os produtos. O sítio da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património (www.apfipp.pt) é um bom começo para comparar os desempenhos e a classe de risco de todos os fundos de investimento nacionais. No sítio da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (www.cmvm.pt) poderá, entre outras, ficar a par das transacções realizadas pelo fundo durante o mês. E para comparar e recolher informações sobre qualquer fundo comercializado em Portugal, ro use a ferramenta da Morningstar disponível no sítio do Diário Económico.
2 - Aposte num currículo vencedor
O sucesso de um gestor mede-se da mesma forma que o sucesso de um treinador de futebol: pelos resultados alcançados. É por isso preferível investir num fundo gerido por um profissional com provas dadas do que por alguém que começou agora a gerir carteiras de investimento. Consulte o prospecto do fundo e o sítio da casa de investimento que gere o fundo para saber mais sobre o historial do gestor e da equipa de gestão do fundo. Mas atenção: é verdade que um gestor com um passado recheado de bons resultados é um bom prenúncio mas só isso não chega para fazer um bom fundo.
3 - Procure consistência nos ganhos
Dizer que um fundo rendeu 7% por ano no último quinquénio é muito diferente de dizer que o fundo deu 7% ano passado. Qualquer fundo pode ter um ganho fora de série e ganhar muito acima dos seus pares num ano, mas manter consistência nos ganhos e na estratégia é mais complicado. Por exemplo, o melhor plano poupança-reforma (PPR) sob a forma de fundo de investimento em 2010 é um dos piores em 2011. Se está a indeciso entre um e outro fundo não caia no erro de comparar rendibilidades em períodos curtos. Prefira escolher um maratonista a um velocista com pouco pulmão.
4 - Aposte na reputação do fundo
Se o fundo que lhe suscitou interesse é gerido por um gestor com pouca experiência e sem grandes feitos passados, não o descarte já da sua lista. Caso o fundo apresente uma forte estratégia e uma sólida identidade marcada por bons desempenhos talvez mereça uma segunda oportunidade. Confirme apenas se o novo gestor tem acompanhado de perto a gestão do fundo. Por vezes, o novo gestor pode até ter feito da equipa do fundo durante vários anos. Além disso, procure saber qual foi a evolução do fundo em matéria de "estrelas Morningstar". Este critério de avaliação, desenvolvido pela própria Morningstar, líder na produção de informação financeira, tem em conta um conjunto de variáveis relacionadas com fundo como é o caso de rendibilidades passadas, comissões, estratégia seguida e perfil da equipa de gestão.
5 - Agarre-se ao prospecto e à ficha técnica
Uma das principais frases que se lê em qualquer prospecto, que acompanha todos os fundos, diz que as "rendibilidades passadas não são garantia de rendibilidade futuras." Esta é a principal lição que os investidores devem retirar quando pretendem investir as suas poupanças em fundos de investimento. Leia atentamente o prospecto do produto e a ficha ténica com o intuito de ficar esclarecido quanto à estratégia de gestão do fundo para ficar ciente do verdadeiro risco que estará a incorrer e das rendibilidades potenciais que poderá amealhar. Só depois de perceber exactamente o que vai comprar é que deve tomar uma decisão.
6 - Use a abuse do poder dos rácios financeiros
Comparar fundos de investimento não se resume a uma análise de rendibilidades. O nível de risco é outra variável que os investidores deverão ter em atenção. Por isso, na hora de optar por um fundo, tenha em atenção ao rácio Sharpe, por exemplo, que combina a rendibilidade e o risco. É importante que estas comparações se façam apenas entre fundos da mesma categoria. Se a matemática não é o seu forte não tem problema. Apenas precisa de ordenar os fundos pela plataforma de pesquisa de fundos do seu banco e escolher o que oferece o rácio de Sharpe mais elevado. A maior parte dos intermediários financeiros já oferece esta função.
7 - Faça as contas às comissões
São muitos os fundos que ainda cobram comissões de subscrição e de resgate. Se for esse o caso do fundo que tem debaixo de olho, desconfie. Não há qualquer justificação para a sociedade gestora lhe cobrar comissões na hora de entrar e sair do fundo. Bem diferente é a comissão de gestão. Neste caso, não siga a estratégia do poupadinho pois nem sempre a solução mais económica é a melhor: um fundo que ofereça rendibilidades de 6% ao ano e cobre uma comissão de gestão de 2,5% continua a ser bem melhor que um fundo concorrente que, apesar de cobrar 1% para gerir o seu dinheiro, apresenta um desempenho de 1%. Se custos mais elevados justificarem ganhos maiores talvez valha a pena subscrever um fundo que cobre comissões de gestão mais elevadas.
fonte:http://economico.sapo.pt/