Ouro foi o investimento mais rentável de 2011 com alta de 21,96%
Séculos de perseguição aos judeus tornaram comum a associação deste povo com a profissão de ourives: Em épocas de crise ou guerra, os judeus guardavam o ouro na mala e mudavam-se para um lugar pacífico.
A lógica pode ser transferida para o mercado financeiro moderno. Em meio à crise financeira que abalou os governos de Grécia, Espanha, Portugal e Itália, as bolsas de valores entram em convulsão e os investidores procuraram o bom e velho ouro como porto seguro.
O metal foi o destaque do ano entre as formas mais tradicionais de investimento, com alta de 21,96%. Essa foi a variação para os contratos de ouro comercializado na BM&FBovespa, a Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuro de São Paulo.
Na direção contrária, a própria bolsa teve o pior resultado na comercialização de ações de empresas brasileiras. O Ibovespa, índice que mostra o resultado das ações mais negociadas no pregão, variou negativamente em 18,27%.
A queda abrupta do resultado na bolsa assusta ainda mais os investidores mais conservadores, aqueles que se limitam a guardar dinheiro na poupança. A situação torna mais difícil a missão de atrair aplicações para esse segmento.
Crise
Essa é uma das tarefas do assessor de investimentos da SVN Investimentos de Maringá, Caio Copetti. Ele afirma que a carteira de investidores na bolsa aumentou na cidade em 2011, mas as oscilações negativas atrapalham. "Algumas pessoas se assustam, mas isso é normal do mercado", comenta Copetti. "Quem se assusta é por desconhecimento sobre as ferramentas existentes nesse mercado, para reduzir o risco e se preservar de eventuais perdas", acrescenta.
Ele explica que o desempenho negativo da bolsa de valores em 2011 não tem nada a ver com o desempenho das empresas nacionais, que se saíram bem de maneira geral. "As empresas continuaram dando lucro, principalmente as relacionadas ao consumo, como a Ambev, por exemplo", explica Copetti. "No caso da Souza Cruz, houve lucro recorde", ressalta.
Mas nenhum resultado positivo foi capaz de acalmar os grandes investidores, que prefiriram guardar recursos na forma de ouro e títulos governamentais, deixando menos dinheiro em circulação nas bolsas. O resultado foi a queda significativa nos índices que medem o desempenho do pregão, como o Ibovespa.
Maringá
O maringaense, conhecido pelo gosto pelos imóveis e formas tradicionais de investimento, está mudando. Em 2011, a procura por formas inovadoras de aplicação chamou a atenção dos escritórios especializados.
Copetti afirma que a modalidade mais procurada na cidade foram as Letras de Crédito Imobiliário (LCI). É como se a pessoa emprestasse dinheiro para os programas imobiliários dos bancos, recebendo um porcentual fixo de remuneração. "É acessível, com aportes a partir de R$ 1 mil. Por isso foi tão procurado", ressalta Copetti. O rendimento fica próximo aos 12% ao ano, em geral. "As pessoas sempre pensam em poupança, mas existem formas tão seguras quanto, com retorno muito melhor", analisa.
fonte:http://www.odiario.com/