8 factos que vão afectar o seu dinheiro este ano
Num ano repleto de desafios para a generalidade dos portugueses, conheça os principais factores que vão afectar o seu dinheiro.
1 - Subida de impostos
Em 2011, a electricidade e o gás já subiram de preço, com o agravamento do IVA de 6% para 23%. Contudo, este ano muitos produtos de supermercado sofrem um aumento deste imposto. É o que se passa, por exemplo, com a água, cuja taxa de IVA vai subir de 6% para 13%. De 13% para 23% sobe o IVA de um grande leque de bens alimentares bem como da restauração. Também a tributação sobre juros, dividendos e mais-valias aumenta, o que significa que vai receber menos pelas suas aplicações. Segundo o Orçamento do Estado para 2012, as taxas liberatórias sobre mais-valias de activos bolsistas sobe, de 20% para 25%, para valores superiores a 500 euros. Já os dividendos pagos pelas acções e os juros dos depósitos a prazo deixam de ser tributados a uma taxa de 21,5% e passam a ser taxados a 25%. A mesma alteração afectará as mais-valias contabilizadas pelos pequenos investidores em fundos de investimento estrangeiros.
2 - Menos deduções no IRS
Os contribuintes também vão poder deduzir menos no IRS de 2012. Em relação às despesas de saúde e educação vão ser introduzidos tectos máximos às deduções que as famílias podem fazer. Os limites máximos vão variar consoante os rendimentos dos contribuintes. Será ainda introduzido um limite às deduções da saúde. Até agora era possível deduzir 30% das despesas com a saúde, não havendo um montante máximo. No Orçamento do Estado para 2012 o limite é de 10%, com o tecto de 840 euros.
3 - Inflação em alta
Apesar das perspectivas de baixa inflação para este ano na zona euro, a realidade portuguesa promete ser bastante diferente. A inflação esperada para a zona euro ronda os 2%, mas o Fundo Monetário Internacional estima que em Portugal esta chegue aos 3,3% em 2012. Isto significa que, para além dos portugueses verem o seu poder de compra restringido, vão ver também o rendimento das suas poupanças diminuído.
4 - Cortes dos subsídios
Os funcionários públicos vão sofrer um corte nos rendimentos, passando-se o mesmo com os pensionistas, tanto do público como do privado, que também vêem as suas reformas reduzidas perante o corte de subsídios de férias e Natal. O corte será gradual entre os 600 e os 1.100 euros e total acima dos 1.100 euros. Tendo em conta que muitas famílias dependem destes dois subsídios para equilibrar as suas despesas mensais, algumas poderão entrar em situações de incumprimento. Para outras, será necessário um esforço adicional para reequilibrar o orçamento familiar.
5 - Alívio na prestação da casa
Uma das boas notícias deverá beneficiar quem recorreu ao crédito para comprar casa, atendendo a que é esperada uma redução nas prestações ao longo deste ano. Isto acontece em resultado do ciclo de quedas que as taxas Euribor começaram a registar nos últimos meses de 2011. Quem tem o crédito à habitação indexado à Euribor a três meses já começou a sentir a descida de juros nos últimos meses do ano passado, uma tendência que deverá prolongar-se este ano face à evolução dos futuros sobre esse indexante nos mercados internacionais. Já quem optou pelo indexante a seis meses, a primeira descida será sentida por quem fizer a revisão da taxa do empréstimo em Janeiro. Nos créditos indexados à Euribor a 12 meses será necessário esperar mais uns meses para sentir um alívio na prestação.
6 - Acréscimo de encargos na habitação
Os proprietários e inquilinos vão pagar mais pelas suas casas: as deduções de amortizações do empréstimo à habitação e das rendas da casa serão eliminadas. Já a dedução dos juros pagos no âmbito dos créditos contraídos vai ser progressivamente cortada. Além disso, a isenção de IMI (Imposto Municipal sobre imóveis) será encurtada e retirada progressivamente. Outro dos aumentos resulta da avaliação das casas, que deverá agravar o montante pago pelos proprietários.
7 - Remuneração atractiva dos depósitos
Nem tudo são má notícias para os aforradores portugueses. As expectativas apontam para que durante este ano os depósitos a prazo continuem a oferecer remunerações bastante atractivas, à semelhança do que se passou em 2011. Isto acontece devido às necessidades de financiamento dos bancos que deverão continuar a alimentar os juros dos depósitos. No entanto, o facto de o Banco de Portugal ter imposto limites no final de 2011 às taxas de juro destas aplicações deixa alguma incerteza quanto à remuneração futura destes produtos. Ou seja, os bancos vão continuar a apostar, mas tenderá a haver alguma contenção nas taxas a apresentar aos seus clientes. Ainda assim, em 2012, os depósitos deverão continuar a ser uma boa hipótese.
8 - Acesso difícil ao crédito
As instituições financeiras fecharam a torneira do crédito em Portugal, sobretudo no que respeita ao crédito à habitação e ao consumo, e as perspectivas indicam que este cenário deverá manter-se ao longo deste ano. Para além do financiamento estar caro, também é cada vez mais difícil para as famílias portuguesas conseguir reunir todas as condições necessárias para ter acesso aos empréstimos dos bancos.
fonte:http://economico.sapo.pt/