Mais de 38.000 subscritores fugiram dos PPR
Fim dos benefícios fiscais leva a fuga recorde dos fundos PPR.
Os fundos Plano Poupança Reforma perderam 38.817 subscritores em 2011, uma quebra de 12,7% face ao total. Trata-se da maior fuga de investidores de fundos PPR desde que existem registos, Junho de 2002. De lembrar que, no último ano, o Executivo cortou fortemente os benefícios fiscais associados a este produto, o que levou à erosão de 198 milhões de euros dos PPR sob a forma de fundo, e a uma quebra superior a 62% nas entregas efectuadas nos PPR sob a forma de seguros. Ou seja, os portugueses entregaram menos 1,72 mil milhões de euros para complementar os seus seguros PPR, que são a forma de PPR mais popular em Portugal.
Os novos números, revelados agora pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, vêm confirmar a tendência que já se percebia nos seguros PPR. Em 2011 o produto deixou de ser atractivo, já que até então concorria com os demais produtos de poupança de forma desigual. Para qualquer pessoa que investisse um mínimo de 2.000 euros num PPR, seria ressarcida de 400 euros em base de IRS, ou seja, 20% das entregas efectuadas independentemente do escalão de rendimento. Já em 2011 o Governo introduziu limites a estes benefícios fiscais. Mantêm-se os mesmos 20% de dedução à colecta para quem receber um salário bruto anual até 7.410 euros. No entanto, para quem auferir anualmente um salário entre 7.410 e 18.375 euros, o benefício fiscal máximo será de 100 euros, e não apenas o proveniente dos PPR, mas sim o total de todos os benefícios fiscais. Estes benefícios vão decrescendo em valor à medida que aumenta o escalão de rendimento. No último, não tem mesmo direito a qualquer benefício fiscal. Condições que se mantêm em 2012.
Sem os benefícios fiscais, e tendo em conta a rendibilidade média dos fundos PPR em 2011, que foi mesmo negativa em 0,31%, os portugueses procuraram alternativas para rentabilizar as suas poupanças. Muito deste dinheiro terá sido transferido para depósitos a prazo no último ano, onde as taxas de juro chegaram aos 6% em meados de 2011.
fonte:http://economico.sapo.pt/