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Poupanças e Investimentos Seguros

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27
Mar12

As acções que oferecem os dividendos mais atractivos

adm

O anúncio de que a Apple vai voltar a distribuir dividendos pela primeira vez desde 1995 marcou a última semana.

A época de distribuição de dividendos está quase a chegar. PT, Brisa e Mota-Engil são, no PSI 20, as mais generosas.

A caça aos dividendos é uma das formas de ganhar dinheiro com os investimentos em bolsa. Em mais um ano que promete ser de crise e numa altura em que quase todas as cotadas do PSI 20 já divulgaram as suas propostas para remunerar os accionistas, chegou a altura para avaliar quais as acções onde mais vale a pena investir para aproveitar os prémios relativos aos resultados de 2011.

Portugal Telecom, Brisa e Mota-Engil oferecem os dividendos mais atractivos do PSI 20, de acordo com o ‘dividend yield'. Trata-se de um indicador, expresso em percentagem, que relaciona o dividendo pago com o preço da acção e que permite comparar os prémios de empresas de diferentes sectores. Quanto mais elevado for, melhor é a rentabilidade do dividendo e mais generosa é a empresa, visto que paga melhor o investimento de quem compra a acção.

A operadora liderada por Zeinal Bava, que vai pagar um prémio de 0,65 euros por acção este ano, tem um ‘dividend yield' de 16%, o mais elevado do PSI 20. Segue-se a Brisa, que apresenta um ‘dividend yield' de 12%, relativo ao dividendo de 0,31 euros, um prémio que mantém desde 2008. Isto apesar de a concessionária ter registado prejuízos de mais de 80 milhões de euros em 2011. No terceiro lugar do ‘ranking' dos dividendos surge a Mota-Engil, com um ‘dividend yield' de 9%. A construtora de Jorge Coelho também decidiu manter o prémio de 0,11 euros por título. EDP, Ren e Portucel são as cotadas que se seguem na lista das mais generosas do PSI 20, as três com um ‘dividend yield' de 8%. Os cálculos têm por base as cotações de fecho de quarta-feira.

Num ano em que os resultados do PSI 20 registaram um tombo de 63% - excluindo a Portugal Telecom - que ainda não apresentou as contas de 2011 , o bolo total de dividendos a pagar pelas cotadas vai descer 24%, o equivalente a cerca de 716 milhões de euros. "É natural que as propostas para pagamento de dividendos tenham diminuído, não só pelo facto de os resultados terem variado negativamente como pelo facto de a própria situação apelar a que as empresas sejam prudentes e tentem criar/ aumentar reservas para fazer face ao cenário negativo", afirmou Rui Bárbara, gestor de activos do Banco Carregosa, ao Diário Económico.

Para a quebra de 24% há que ter em conta o dividendo extraordinário de 0,65 euros pago pela Portugal Telecom no ano passado, relativo à venda da Vivo, e que não se repetirá este ano. É que os accionistas da PT receberam um prémio total de 1,30 euros em 2011, enquanto este ano vão receber apenas metade (0,65 euros), e a operadora até já distribuiu uma parte - 0,215 euros - em Janeiro. Também a Cimpor vai baixar em 19% o prémio a distribuir pelos accionistas, para 0,166 euros. Contudo, se excluíssemos o dividendo extraordinário da PT pago no ano passado, o bolo total de dividendos das cotadas do PSI 20 até registava um aumento de 4% este ano. É que das vinte cotadas do PSI 20, cinco decidiram aumentar os dividendos, mesmo em tempo de crise. Sonaecom, Jerónimo Martins e EDP fazem parte do lote. A operadora liderada por Ângelo Paupério vai aumentar o prémio em 40% para 0,07 euros por acção, depois de o lucro de 2011 ter aumentado mais de 50%. Já a retalhista tenciona pagar um dividendo de 0,275 euros por cada título, mais 31% face ao prémio distribuído no ano passado. A EDP, que apresentou lucros recorde de 1.125 milhões de euros, vai, por seu turno, aumentar para 0,185 euros o dividendo deste ano. Portucel e REN fecham o lote de empresas que decidiram subir a remuneração dos accionistas para 0,16 euros e 0,169 euros, respectivamente.

Rui Bárbara explica que, em alguns casos, os accionistas podem exercer pressão ao nível da política de dividendos. "Existem accionistas importantes cujas posições foram constituídas recorrendo a dívida e estão portanto muito dependentes dos dividendos para fazer face aos juros que têm de pagar", referiu o gestor de activos.

As propostas de dividendos têm de ser aprovadas pelos accionistas em assembleia-geral e todos os valores apresentados são brutos, o que quer dizer que a estes montantes terá de aplicar-se o imposto de 25%. Também é importante não esquecer que, para ter direito aos dividendos, é preciso comprar as acções até três dias antes do pagamento dos prémios, altura em que os títulos passam a negociar em ‘ex-dividend'.

Num ano de quebra dos resultados, cinco cotadas do PSI 20 também optaram por não mexer nos dividendos. A Galp foi uma delas, mantendo o prémio de 0,20 euros, que é, de resto, um dos menos atractivos do PSI 20, com um ‘dividend yield' de apenas 1%. Mas Ferreira de Oliveira já anunciou que a petrolífera vai subir o dividendo para 0,24 euros em 2013. Recorde-se que a Galp tem por hábito premiar os accionistas duas vezes por ano. "A maioria das empresas tenta que o pagamento de dividendos seja o mais estável possível ao longo do tempo, uma vez que este factor é positivamente reconhecido pelos investidores", diz Rui Bárbara.

Além da Brisa e da Mota-Engil, também a Sonae e a Semapa vão pagar este ano o mesmo dividendo de 2011, no valor de 0,0331 e 0,255 euros, respectivamente. No caso da Semapa, este é o prémio que os accionistas recebem desde 2008. Já a retalhista liderada por Paulo Azevedo decidiu manter o dividendo apesar da quebra de cerca de 40% nos resultados. "Como as empresas nunca pagam (em regra) 100% dos seus resultados, existe sempre uma margem para que uma eventual quebra nos resultados de um ano não se traduza na mesma proporção numa queda de dividendos", referiu Rui Bárbara.

Depois dos prejuízos históricos de 2011, os bancos decidiram não distribuir dividendos este ano, seguindo a recomendação do Banco de Portugal, que já tinha sugerido no passado que as instituições congelassem (pelo menos em parte) a distribuição de dividendos reforçar os seus fundos próprios. Na sequência dessa recomendação os bancos já vinham, aliás, a travar a distribuição de dividendos no ano passado.

Já a EDP Renováveis e a Sonae Indústria voltam a não remunerar os accionistas este ano. A Zon, que pagou um dividendo de 0,16 euros por acção em 2011, ainda não quebrou o silêncio sobre a sua política de dividendos, remetendo uma decisão para a próxima assembleia-geral de accionistas. Também a Altri ainda não revelou se paga ou não dividendos este ano.

Os seis dividendos mais atractivos do PSI 20

Portugal Telecom
A operadora liderada por Zeinal Bava vai pagar um prémio de 0,65 euros por acção este ano, depois de ter distribuído um dividendo total de 1,30 euros no ano passado. Este valor resultou do dividendo extraordinário de 0,65 euros, decorrente do encaixe com a venda da brasileira Vivo.

Brisa
A concessionária vai manter o dividendo de 0,31 euros, apesar de ter registado um prejuízo de mais de 82 milhões de euros em 2011. O prémio é o mesmo desde 2008. Com um ‘dividend yield' de 12%, a concessionária comandada por Vasco Mello surge como a segunda mais generosa entre as cotadas do PSI 20.

Mota-Engil
A construtora liderada por Jorge Coelho mantém uma política de dividendos "bastante conservadora", conforme admitiu Jorge Coelho, CEO da construtora, na apresentação das contas de 2011. A empresa paga um dividendo de 0,11 euros há seis anos.

EDP
Face ao lucro recorde de 1.125 milhões de euros, registado em 2011, a eléctrica vai aumentar em 9% o dividendo deste ano. Mexia diz que se trata de "cumprir aquilo que é a política de dividendo". Feitas as contas, a EDP vai distribuir mais 55 milhões de euros que em 2011.

REN
A eléctrica liderada por Rui Cartaxo anunciou um ligeiro aumento no dividendo para 0,169 euros, mantendo a tendência dos últimos anos e depois da subida de 9% nas contas de 2011. O dividendo será votado na assembleia-geral anual da empresa, em Abril.

Portucel
A Portucel tenciona pagar um dividendo de 0,16 euros por acção, uma proposta que terá que ser aprovada na próxima assembleia-geral de 10 de Abril. Em Dezembro de 2010, a empresa liderada por Queiroz Pereira procedeu à distribuição de reservas de 0,1564 euros por acção.

 

fonte:http://mobile.economico.pt/

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