Mais de um terço da carteira das seguradoras está investido na banca
As aplicações em entidades do sector financeiro representam 38% da carteira de investimentos das seguradoras, ou seja, 17,6 mil milhões de euros, investidos quase na totalidade em dívida dos bancos.
As aplicações em entidades do sector financeiro representam 38% do total da carteira de investimentos das seguradoras nacionais, ou seja, 17,6 mil milhões de euros. Um valor investido quase na totalidade em dívida emitida por estas instituições. A relação entre bancos e seguradoras não tem sido isenta de críticas nos últimos anos, as quais assentam principalmente na realidade que os números agora expressam. O sector segurador em Portugal - e também na Europa - é detido quase na totalidade pelos bancos, o que tem levantado questões sobre potenciais conflitos de interesse no que toca à "colocação" de dívida emitida pelos bancos na carteira de investimento das suas seguradoras. Dívida esta que tem encontrado um mercado fechado para estas emissões.
De acordo com os dados ontem divulgados, e pela primeira vez, pelo Instituto de Seguros de Portugal (ISP), o sector financeiro tem um peso de 71% no total do investimento realizado em dívida privada e em acções por parte do sector segurador. No entanto, enquanto o investimento em acções soma 707,8 milhões de euros, 2% do total, as aplicações em dívida privada representam 52% da carteira, para um total de 24 mil milhões de euros. De notar que grande parte dos fundos geridos pelas seguradoras destinam-se a complementos de reforma, produtos que pelas suas características aconselham a uma gestão prudente das carteiras. O ISP divulgou também ontem dados referentes aos fundos de pensões, geridos pelas seguradoras, que reflectem uma realidade idêntica à do sector - 55% dos investimentos realizados em dívida privada e em acções, que representam 23% e 14% do total, respectivamente, estão alocados ao sector financeiro. De notar que, segundo o último relatório do Conselho Nacional de Supervisores Financeiros, os fundos de pensões geraram em média um retorno negativo de 4% em 2011.
fonte:http://economico.sapo.pt/