Como investir para dar uma entrada para uma casa?
Já tem algum dinheiro de parte, mas quer engordar a poupança para tornar real o sonho de dar a entrada para comprar uma casa. Nem todas as aplicações financeiras servem este objectivo. Conheça as mais indicadas
É o maior investimento que a maioria das pessoas faz em toda a vida: comprar casa própria. Tudo começa com um montante de entrada, muitas vezes condição para se conseguir um financiamento. Constituir e engordar essa poupança obedece a alguns cuidados.
Antes uma opção vulgar, conseguir um empréstimo a 100% para a compra de casa é hoje muito difícil. Mais restritivos na concessão de crédito, os bancos estão a emprestar no máximo 80% da avaliação do imóvel. E é pouco provável que as facilidades nas condições de financiamento praticadas no passado voltem depressa ao mercado.
A solução é constituir uma poupança e aumentá-la. O primeiro passo é fazer algumas contas. Por cada 100 mil euros de empréstimo, por exemplo, serão necessários 20 mil de entrada, tendo em conta um financiamento de 80% do valor da casa.
Vamos supor que já tem cinco mil euros de parte. Para conseguir os restantes 15 mil ao longo de seis anos terá de poupar 210 euros por mês, incluindo subsídio de férias e de Natal. Aplicando o dinheiro a uma taxa de juro líquida de 3,5%, chegará aos 15 mil euros no final do quinto ano. E se colocar os outros cinco mil euros numa conta com a mesma taxa de juro, terá mais 875 euros no final dos mesmos cinco anos.
Fazer esta poupança tem ainda a vantagem de começar desde logo a disciplinar a gestão do seu orçamento mensal para o pagamento futuro da prestação da casa. Susana Albuquerque, secretária-geral da Associação de Instituições de Crédito Especializado, deixa uma dica: "A melhor forma é retirar o dinheiro da conta bancária logo no início do mês, de forma automática", afirmou durante a recente apresentação da Infovalor, uma feira de investimento e poupança, que vai decorrer em Lisboa nos dias 26 e 27 de Novembro.
Feitas as contas, onde aplicar o dinheiro poupado? Uma solução são os depósitos com taxas crescentes. Por terem prazos mais longos, tipicamente até cinco anos, oferecem taxas de juro mais atractivas. As melhores ofertas disponíveis no mercado (ver tabela) oferecem juros médios, já líquidos de impostos, que chegam aos 3,5%.
Os planos de poupança desenhados para receberem entregas mensais programadas são uma boa forma de disciplinar o hábito de poupar. A generalidade dos bancos oferece esta solução, embora os juros não sejam tão atractivos. Mas o lado prático pode ser importante.
Uma alternativa mais rentável são os recém lançados certificados do Tesouro. As subscrições realizadas a partir do próximo mês são remuneradas a um juro líquido de 3,38%, quando mantidas por cinco anos, e de 4,44% para aplicações a dez anos. Apesar destes prazos poderá sempre resgatar antes a poupança em caso de necessidade. Mas se o fizer antes dos cinco anos o juro será de 1,18%. Outra hipótese são os Certificados de Aforro. Embora a remuneração inicial seja baixa, pode beneficiar dos prémios de permanência, que chegam aos 2,5 pontos percentuais no último ano. Além disso capitalizam os juros.
As obrigações são também uma solução válida, embora com um risco um pouco maior. Desde que detidas até à maturidade o capital é sempre garantido. Mas deve investir apenas em entidades com uma classificação de baixo risco.
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fonte:jornaldenegocios