GARANTA 5% POR ANO COM AS OBRIGAÇÕES DO TESOURO
As taxas das Obrigações do Tesouro estão em queda, mas ainda vai a tempo de garantir um ganho anual até 5 por cento.
Com as taxas Euribor em mínimos históricos e os depósitos a prazo a renderem cada vez menos, é importante procurar alternativas. A compra de Obrigações do Tesouro (OT) é uma boa solução para dinamizar as suas poupanças. O pagamento anual dos juros e o reembolso do capital são garantidos pelo Estado português. O ganho a registar depende da cotação a que comprar a OT na bolsa, mas é conhecido à partida se mantiver o título até à sua maturidade. Se vender os títulos antes desse prazo, o resultado é incerto: pode ganhar mais ou menos e, no limite, perder parte do capital.
Foi no último trimestre de 2011 que alertámos os nossos subscritores para uma oportunidade única. A desconfiança dos investidores face a Portugal atingiu proporções quase irracionais e fez disparar as rentabilidades implícitas na compra de títulos de dívida pública. Os ganhos potenciais ultrapassaram, em alguns momentos, 16% por ano nas obrigações com os prazos mais curtos. É claro que o risco não podia ser ignorado, por isso aconselhámos um máximo de 20% a 25% das poupanças a aplicar em OT. Foi, sem dúvida, um dos raros pontos positivos da crise financeira que atinge Portugal e uma grande parte do mundo.
Ainda vai a tempo
Portugal, e a zona euro em geral, recuperaram parte da confiança dos investidores. Em consequência, os preços das OT subiram na bolsa, o que se traduz obrigatoriamente numa redução da rentabilidade implícita dos títulos.
Atualmente há várias OT que permitem garantir um ganho líquido próximo ou igual a 5% por ano. A situação está longe das rentabilidades anuais bem acima dos 10% registadas durante boa parte de 2012, mas a compra de OT continua a ser atrativa, em particular porque também se antecipa que a inflação seja baixa nos próximos anos (1,2% nos próximos 5 anos, segundo o Fundo Monetário Internacional). Com os preços a crescerem pouco, o rendimento real das OT é elevado e não existe outra aplicação financeira, com um risco semelhante, que possa propiciar esse nível de retorno.
As obrigações que se vencem até 2014 têm taxas de rentabilidade pouco atrativas face a outras aplicações, como os depósitos a prazo. Na OT mais longa, a 2037, o acréscimo no rendimento oferecido não compensa a necessidade de investir por um prazo tão dilatado. Atualmente, a melhor relação rendimento-prazo está nas OT com vencimento entre 2018 e 2023. Ao comprar essas obrigações às cotações atuais conseguirá assegurar um ganho anual entre 4,2% e 4,7%, em alguns casos ao longo de praticamente uma década.
Como investir?
A negociação das OT é feita na bolsa de Lisboa, por isso terá de recorrer ao seu banco ou à sua corretora para efetuar a aquisição. Devido aos custos de transação e de custódia (caso não detenha já ações), aconselhamos um investimento mínimo de 2500 euros. Só a partir desse montante é que se consegue diluir o peso destas comissões.
Se está pouco à vontade com as lides bolsistas ou com as especificidades da negociação de obrigações (ordens pelo valor nominal, juros corridos, yields, etc.), consulte o módulo didático. Como demonstrou o nosso teste prático (ver edição mensal), nem sempre é fácil comprar OT junto dos bancos, mesmo que vá munido de toda a informação.
Mais fiáveis que os Certificados
As Obrigações do Tesouro têm um funcionamento mais complexo do que os Certificados de Aforro. Porém, essa barreira não o deve impedir de maximizar o seu rendimento. A maioria das OT rende mais do que os Certificados de Aforro e o rendimento está sempre garantido se forem mantidas até ao vencimento. Além disso, a remuneração dos Certificados assenta na Euribor, tradicionalmente inferior à taxa das OT, e tem sido adulterada administrativamente pelos Governos.
Nas OT, títulos negociados na bolsa e detidos por investidores internacionais, o Estado não pode alterar as regras. Assim, se comprar agora uma OT Junho 2020 à cotação de 91,8% sabe que ganhará 4,5% por ano. Embora o Governo não possa modificar por decreto o rendimento das OT, isso não significa que sejam 100% sem risco. O investidor corre o risco de Portugal se vir forçado a renegociar a dívida pública. Nesse cenário, o pagamento dos juros e o reembolso do capital poderiam ser postos em causa. É, todavia, uma hipótese remota.
fonte:http://www.deco.proteste.pt/