Investidores conservadores: quatro dicas
Diz o ditado que “quem não arrisca não petisca”. Mas existem investidores que apesar de saberem que o risco e a rentabilidade de uma aplicação financeira andam sempre de mãos dadas, preferem investir as suas poupanças em produtos com um perfil de risco baixo, mesmo sabendo que a rentabilidade gerada dificilmente poderá ser muito exuberante. Para estes investidores, avessos ao risco, o Saldo Positivo deixa quatro sugestões de aplicações financeiras que poderão fazer parte do seu portfólio e garantir-lhe um retorno acima da inflação.
1. Depósitos a prazo
Os depósitos a prazo são a aplicação favorita dos portugueses. Existem perto de 130 mil milhões de euros aplicados pelas famílias portuguesas nestes produtos. E embora a sua remuneração média esteja a cair há seis meses consecutivos, o investimento em depósitos a prazo pode ainda compensar. Os números do Banco de Portugal revelam que em dezembro a taxa média oferecida pelas instituições bancárias para estas aplicações era de 2,4%. Não é um valor particularmente exuberante, mas ainda assim compensa face à inflação prevista pelo Banco de Portugal para este ano: 0,9%. Além disso é importante referir que apesar de esta ser a taxa média oferecida, vários bancos oferecem taxas acima deste valor, podendo atingir os 5% (taxa bruta). Para conseguir taxas de juro mais atrativas procure os depósitos online, que em regra oferecem melhores condições do que os depósitos tradicionais. Aproveite também os depósitos das campanhas promocionais levadas a cabo pelos bancos para atraírem novos clientes ou novos capitais.
2. Certificados de aforro
A decisão de terminar com a série B dos certificados de aforro e introduzir, em 2008, uma nova série de certificados – com regras de cálculo de remuneração menos atrativas – levou à fuga dos investidores deste tipo de aplicações. Em dezembro de 2007, os portugueses tinham cerca 18 mil milhões de euros ali investidos. No final do ano passado, este montante estava reduzido a 9,6 mil milhões de euros. No entanto, esta tendência de fuga está a abrandar e novos investidores poderão voltar a olhar para este produto. Recorde-se que em setembro do ano passado, o Executivo decidiu alterar novamente as regras para a remuneração destas aplicações estipulando um prémio fixo para os certificados de aforro da série C de 2,75%. O objetivo era claro: melhorar a rentabilidade deste produto que estava a ficar moribundo e assim atrair dinheiro dos portugueses. Com estas alterações, os certificados de aforro recuperaram atratividade. Para as subscrições feitas em fevereiro, o Estado está a oferecer uma taxa de juro bruta de 3,178%.
3. Fundos de Tesouraria e mercado monetário
Os números mostram que os investidores estão a regressar aos fundos de investimento. Segundo os dados da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento Pensões e Património (APFIPP), em janeiro, os portugueses aplicaram 435 milhões de euros nestas aplicações. A justificar esta tendência está a boa performance registada nos últimos 12 meses por estes produtos. Segundo, os dados da APFIPP, relativos a 8 de fevereiro, apenas 7% dos fundos de investimento mobiliário portugueses apresentam rentabilidades a 12 meses negativas, 26% apresentam ganhos superiores a 10% e mais de 58% dos fundos está a registar valorizações a 12 meses superiores a 5%. E, apesar dos fundos de investimento não terem, por natureza, capital garantido, existem algumas categorias de fundos que são mais conservadoras e com um perfil de risco mais baixo. É o que acontece, por exemplo, com os fundos de tesouraria e do mercado monetário. No caso do fundo de tesouraria a rentabilidade média gerada nos últimos 12 meses é de 3,52%.
4. Planos de Poupança Reforma
Apesar de terem perdido uma parte da sua atratividade, com o corte abrupto dos benefícios fiscais, os Planos de Poupança Reforma podem ser um investimento interessante tendo em conta a fiscalidade favorável que estas aplicações continuam a manter no que se refere à tributação às mais-valias. Recorde-se que desde o início do ano que a taxa liberatória aplicada às mais-valias obtidas na generalidade dos produtos financeiros subiu para os 28%. Já no caso dos PPR, se o resgate ocorrer nas condições previstas pela lei, as mais-valias resultantes deste investimento são tributadas a uma taxa de 8%. Se está a pensar em investir num PPR tenha em conta que existe uma grande variedade de PPR que apresentam rentabilidades muito diferentes. No caso dos PPR sob a forma de seguro, os dados do Instituto de Seguros de Portugal, relativos a 2011 (os últimos disponíveis), mostram que as rendibilidades geradas nesse ano variaram entre os 0% e os 5%. Estes PPR apresentam garantia de capital e muitos preveem ainda uma taxa de mínima de remuneração anual. Além destes produtos, existem também os PPR sob a forma de fundo de investimento. Neste caso, não há garantia de capital. Segundo dados da APFIPP, os fundos PPR mais conservadores (que investem no máximo 5% do seu portfólio em ações) renderam em média 6,7% nos últimos 12 meses.
fonte:http://www.saldopositivo.cgd.pt/