Certificados do Tesouro captam mais de 80% das aplicações
Em Junho, os portugueses aplicaram 101 milhões de euros em Certificados de Aforro (CA) e do Tesouro Poupança Mais (CTPM), em termos líquidos, segundo dados divulgados ontem no boletim estatístico do Banco de Portugal. Este montante representa um decréscimo face aos 127 milhões de euros captados em Maio. Do total de subscrições líquidas registadas no último mês, 90 milhões de euros tiveram como destino os CTPM, enquanto os CA captaram apenas 11 milhões de euros. Os CTPM continuam assim a ser o produto de poupança do Estado privilegiado pelos portugueses.
O montante que entrou em termos líquidos para os CTPM, desde que este produto viu a sua remuneração média baixar para cerca de metade em Fevereiro deste ano, ascende a 403 milhões de euros. Este montante equivale a 83% do total amealhado pelo Estado através dos seus produtos de poupança. No mesmo período, os CA registaram entradas líquidas de 84 milhões de euros.
A disparidade entre as remuneração oferecidas por ambos os produtos justifica o diferencial de captação de subscrições líquidas. Enquanto os CTPM remuneram a uma taxa de juro bruta de 1,25% no primeiro ano, que é crescente nos anos seguintes para atingir 2,25%, em termos médios, ao fim de cinco anos, os CA da série D subscritos em Julho oferecem uma remuneração bruta de apenas 0,986%.
A taxa oferecida pelos CA é acrescida de 0,5 pontos percentuais entre o segundo e o quinto ano, e um ponto percentual entre o sexto e o décimo ano. Ou seja, admitindo que a taxa Euribor a três meses que serve de referência para o cálculo da remuneração dos CA se mantém num horizonte temporal de cinco anos em torno dos valores actuais, ou mesmo um pouco superiores, os CTPM mantêm-se como uma aplicação mais atractiva também para esse período. Quando comparados aos depósitos, os CTPM também são mais atractivos. Os bancos ofereceram, em média, apenas 0,73% de remuneração bruta nas aplicações para prazos até um ano realizadas em Maio, de acordo também com dados do Banco de Portugal. Este valor é inferior aos 1,25% oferecidos pelos CTPM no primeiro ano de aplicação.
fonte:http://economico.sapo.pt/