Depósitos a prazo? Certificados atraem portugueses com taxas elevadas
Após quatro anos consecutivos a captarem avultadas poupanças das famílias, os depósitos a prazo preparam-se para ter um primeiro ano negativo. Perante a queda das taxas de remuneração, os portugueses estão a procurar alternativas mais apelativas. Numa perspectiva de investimento com baixo risco, quem saiu a ganhar foi o Estado. Captou, através dos certificados, cerca de 20 milhões de euros por dia em 2014.
Os depósitos a prazo continuam a ser responsáveis por uma importante "fatia" das poupanças das famílias. De acordo com os dados do Banco de Portugal, dos mais de 133 mil milhões de euros em depósitos, 102.434 milhões estavam, no final de Outubro, em aplicações remuneradas. Um valor que é, no entanto, 1.279 milhões de euros inferior ao registado no final de 2013.
A quebra é explicada, em parte, pela queda dos juros pagos pelos bancos. Sem "guerra", num contexto de taxas de juro baixas, a busca por rentabilidade levou o sector a reduzir a remuneração destas aplicações. De 1,85%, em média, em Dezembro de 2013, a taxa subiu para 2% em Janeiro, mas em Outubro estava já a 1,3%, um mínimo desde 2010. Em sentido contrário, o Estado tem vindo a pagar mais nos certificados.
Enquanto os depósitos pagam pouco mais de 1%, nos certificados de aforro, apesar da queda da Euribor a três meses para mínimos históricos, o prémio extraordinário tem mantido a taxa deste produto acima de 3% (nível acima do qual se manterá em Janeiro). Uma rendibilidade atractiva que permitiu que no acumulado do ano, até Novembro, este produto some já 1.846 milhões de euros.
O ritmo de entrada de dinheiro nos certificados de aforro disparou com a queda do BES, que levou muitos investidores a procurarem refúgio para as suas poupanças. Um movimento idêntico foi igualmente sentido nos Certificados do Tesouro Poupança Mais, produto lançado a 31 de Outubro de 2013, que neste primeiro ano completo consegue captar um valor bem mais expressivo: 2.674 milhões de euros. Isto tudo por causa das taxas que chegam a 5%, rendibilidades que poderá simular na calculadora do Negócios.
No total, enquanto os depósitos a prazo perdem 1.279 milhões de euros, os produtos do Estado captaram 4.520 milhões de euros, bem mais do que o estimado (e posteriormente revisto em alta no Orçamento do Estado para 2015) pelo Governo. O montante total apurado traduz-se numa média diária (considerando os 232 dias úteis até ao final de Novembro) de 19,48 milhões de euros que as famílias emprestam ao Estado.
fonte:http://www.jornaldenegocios.pt/